13 de Maio, um dia para refletir sobre igualdade racial
Notícia publicada dia 13/05/2016 17:55
Historicamente considerado pelo movimento negro, um dia nacional de luta contra o racismo, o 13 de maio – data em que foi assinada a Lei Áurea no Brasil, abolindo oficialmente a escravidão – nos traz uma importante questão para reflexão:
Abolir a escravidão e não dar condições dignas para inserção da população negra na sociedade foi de fato o fim da escravidão?
A resposta está nos dados atuais que refletem a herança da escravidão no país. Segundo os números do anexo estatístico da publicação Políticas Sociais, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a renda dos negros no Brasil é 40% menor que a dos brancos, cálculo referente a rendimentos médios reais mensais.
Em 2013, a taxa de analfabetismo entre os negros foi constatada mais de duas vezes maior que entre os brancos. As mulheres negras, são as mais atingidas pelo desemprego. Entre as brancas, o desemprego é de 9,2% enquanto entre as mulheres negras, ultrapassa os 12%.
Das pessoas que morrem de forma violenta no Brasil, 68% são negros. Essa informação está no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2014, os dados mostram ainda, que, entre a população carcerária 61% têm a pele de cor preta ou parda. A maioria está presa por pequenos crimes, muitas vezes sem julgamento.
A importância de refletir sobre a situação da população negra no país é emergencial. A necessidade de investimentos em políticas públicas que mudem esse cenário têm que ser pautada em todos os movimentos sociais. A herança da escravidão ainda está visível, o racismo, o preconceito e a desigualdade assombram nosso país, mesmo os negros representando 54% da população brasileira.
Diretor do SINTECT-RJ, Paulo César da Silva, comentou sobre a importância dos movimentos sociais debaterem sobre a questão em busca de novas perspectivas para os problemas enfrentados no país.
“É necessário que o debate sobre a situação do negro no país tenha espaço nos movimentos sociais. A luta por liberdade e igualdade é contínua e somente através dela conseguiremos transformar a realidade”, afirmou.
A diretoria do SINTECT-RJ através de sua Secretaria de Questões Raciais, reafirma sua posição frente as questões do negro no país. O sindicato permanece em luta por igualdade, respeito e condições dignas de trabalho e vida para a população.