Guedes quer vender o Brasil em meio à crise, a preço de sucata!
Notícia publicada dia 08/05/2020 11:09
O Ministro da Economia se reuniu com a ala militar do governo para apresentar seu plano de privatizações e convencê-los de que ele traria o dinheiro necessário para a retomada da economia, e até eles se surpreenderam com a frieza do banqueiro!
Ele e seu secretário de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, se reuniram com Bolsonaro e os ministros da ala militar para tentar convencê-los de que será preciso acelerar um plano de R$ 150 bilhões em privatizações e venda de participações da União previstas para este ano, para poder “recuperar a economia”.
O plano inclui a privatização de 20 estatais consideradas “prontas para a venda” e desinvestimentos pelo BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobras. Os Correios estão na lista.
Doença e morte não sensibilizam os neoliberais
Como pode alguém querer vender tudo em meio a uma crise das proporções da atual? Guedes teve a coragem de apresentar a proposta, mesmo agora, nas atuais circunstâncias. Apresentou um pacote pronto de venda de venda do Brasil. Até os bancos estatais entram na lista.
O plano representa o total desaparelhamento do Brasil. Nem no país mais liberal do mundo, os EUA, o governo teria coragem de propor o que o Guedes quer. E lembre-se, lá o Correio estatal é o maior do mundo.
Guedes e seu secretário disseram na reunião que a venda não é para agora, mas querem deixar os processos prontos para que as estatais sejam rapidamente vendidas assim que o mercado se recuperar. Como não há empresariado no Brasil capaz de comprar, a venda seria toda para o exterior.
O plano é tão descarado que eles avisam que vão vender tudo e ficam vulneráveis à pressão dos compradores pelo menor preço. E ainda conta com um projeto de desinvestimento nas estatais e empresas públicas. É criminoso! Vão sucatear ainda mais para baratear ainda mais!
Os trabalhadores dos Correios conhecem bem essa realidade, que já está sendo aplicada na empresa há tempos!
Por que Guedes tem esse plano?
Quem é pior, Paulo Guedes ou Bolsonaro? Cada um é nefasto a seu modo, mas o projeto de desmonte e entrega do país está na cabeça e nos planos do Ministro da Economia.
Paulo Guedes é homem do mercado financeiro. É investidor, sempre foi, nunca fez outra coisa na vida. Foi imposto pelos banqueiros em troca de apoio a Bolsonaro nas eleições, que aceitou de bom gosto o projeto ultraliberal dos bancos, a ser implantado por Guedes.
O Ministro pensa unicamente com a cabeça do capital financeiro, dominante na economia mundial atual, com força e riqueza suficiente para controlar os governos.
Não consegue imaginar algo que não seja vender as empresas, pondo ações no mercado financeiro. Imagina um mundo em que ele vende tudo, as empresas estrangeiras compram, e ele mede o sucesso disso pelas regras do mercado financeiro. Não tem compromisso nenhum com o bem-estar da população, a produção, a tecnologia, a segurança e o patrimônio nacionais.
A bolsa de valores ou a vida?
Para neoliberais como Guedes, o importante é exclusivamente o movimento da bolsa de valores. Mesmo num momento em que mesmo os maiores liberais do mundo estão convictos de que o papel do estado tem que ser reforçado.
A situação colocada pela pandemia evidencia isso.
Imagine o SUS com ainda menos profissionais, hospitais, equipamentos e medicamentos. O que seria da população brasileira agora? Algo ainda pior do que o alto nível de contágio e mortes entre os trabalhadores pobres. Porque os ricos podem pagar UTI particulares e não aceitam a fila única, com igualdade para todos.
Guedes está totalmente descolado da realidade do país.
Quer transformar o Brasil num local dominado pelo mercado financeiro. Em meio à crise, em vez de fortalecer o estado e as empresas públicas, ele está preocupado com os lucros dos bancos. Pois o plano dele é o plano dos bancos, que controlam os grupos de investimentos que compram empresas pelo mundo na atualidade.
Não tem nenhum compromisso com o combate à pandemia, com salvar vidas. Ele continua pensando como antes da crise.
Até os militares que estavam na reunião com ele estranharam o plano. Não porque são patriotas ou nacionalistas. Mas porque o neoliberalismo do Guedes é tão entreguista, que nem eles engoliram a ideia de encapar tal plano em meio a essa pandemia.
O Brasil chegou a uma encruzilhada em que ou muda de rota, ou vai cair num buraco tão fundo, que dificilmente sairá dele!
Por: Findect