Fraudes nos Correios envolvem empresários franqueados e alto escalão
Notícia publicada dia 04/08/2020 16:11
Os trabalhadores operacionais que carregam a empresa nas costas, inclusive enfrentando os perigos da pandemia, não se envolvem nos esquemas milionários que existem na empresa.
O portal Valor, do grupo Globo, publicou matéria em que expõe operação da Polícia Federal contra fraudes nos Correios. Já teriam sido apreendidos R$ 3,5 milhões e a previsão aponta para R$ 94 milhões de prejuízo.
Para os trabalhadores operacionais e seus Sindicatos, é muito boa e bem-vinda a investigação da PF. E ela deve ser permanente para trazer à tona as fraudes e problemas que existem aos montes.
FICARIA PROVADO NAS INVESTIGAÇÕES QUE OS TRABALHADORES ECETISTAS OPERACIONAIS NÃO ESTÃO ENVOLVIDOS NESSAS FRAUDES.
Franquias pra que?
Diz a matéria do Valor que “a apreensão foi realizada na residência de um empresário responsável por algumas agências franqueadas dos Correios…”.
O SINTECT-RJ denuncia há anos o poço sem fundo de desvios e corrupção das franquias. A própria existência delas é uma aberração que não deveria existir. A direção dos Correios deveria investir em suas agências e fortalecer a estrutura própria da ECT, e não entregar parte do negócio a empresários escolhidos a dedo pelos seus dirigentes.
Mas elas são mantidas e quando as fraudes vêm à tona, sempre são divulgadas como ação de funcionários dos Correios, como se Atendentes, OTTs e Carteiros tivessem algo a ver com o problema.
A mídia na campanha contra os Correios
A direção da empresa e o governo estão numa campanha feroz para desqualificar os Correios e seus trabalhadores. Ela é parte do projeto de dissolver ou vender a ECT, capitaneada pelo Ministério da Economia e encampada pelos dirigentes atuais da empresa.
A mídia apoia a campanha e dá todo espaço para a direção da empresa veicular mentiras e ideologias. E em situações como essa veicula de forma ambígua, dando a entender que os funcionários dos Correios são corruptos e que a empresa é um foco de corrupção permanente.
Na matéria, o Valor diz que a investigação atual foi “iniciada em novembro de 2018 em Santa Catarina e encontrou indícios da atuação de uma organização criminosa que contaria com a participação de funcionários dos Correios”. O esquema envolveria a distribuição de “grandes quantidades de cargas sem faturamento ou com faturamento inferior ao valor devido”.
Seria preciso deixar claro que se tratam de funcionários graduados, de alto escalão, mas não é de interesse do jornal fazer isso, porque seus donos são empresários que concordam e apoiam o projeto neoliberal conduzido pelo governo.
Eles já são favorecidos, pois usam as concessões públicas de canais para lucrar com seus negócios. Agem como se os canais fossem deles. Mas são faixas no espectro de frequências e suas concessões deveriam ser revistas periodicamente.
Como praticamente todos os empresários, os donos de empresas de mídia querem o estado mínimo, com tudo privatizado, para que faturem com os serviços que hoje são públicos e estatais.
São parte do projeto neoliberal que quer o estado mínimo, a privatização de todas as estatais e serviços públicos e o fim da legislação e todos os direitos trabalhistas, dos Acordos e Convenções Coletivas.
Veja AQUI a matéria publicada no jornal Valor.