COVID-19: Bolsonaro e Floriano fazem chacota dos trabalhadores que morrem sem vacina
Notícia publicada dia 24/03/2021 19:36
Sem prioridade na vacinação, Bolsonaro e Correios abandonaram a categoria à própria sorte em meio a 3 mil mortes diárias.
Toda a responsabilidade dessa mortandade é atribuída ao fracasso total do governo brasileiro no enfrentamento da pior crise sanitária já enfrentada no país, e que pode trazer ainda mais mortes evitáveis, aprofundando não só os efeitos residuais da pandemia na esfera econômica e social, como também na saúde mental dos brasileiros, especialmente das centenas de milhares de lares atualmente enlutados e impactados pela perda ou marcante ausência de um ente querido, algumas vezes associada a tristeza profunda e insônia patológica.
A pandemia da COVID-19 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020. No dia seguinte, a primeira vítima do SARS-CoV-2 morreria no Brasil. Àquela altura, a previsão mais pessimista do Ministério da Saúde brasileiro apontava 180 mil mortes até o final do ano – o que foi visto pelo presidente Bolsonaro como exagero. Ao final de 2020, cerca de 195 mil pessoas estavam mortas pela doença no país.
No momento em que o Brasil caminha para a triste marca de 300 mil mortes por covid-19, dentre elas 400 vítimas da categoria de Correios, a direção militar da ECT faz o mesmo jogo do presidente Jair Bolsonaro, que desfere ataques contra o povo e trabalhadores dos Correios essenciais, debochando de recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como o distanciamento social, uso de máscaras e desprezando a gravidade de uma pandemia que tem levado milhões de famílias ao mais profundo sofrimento.
O número de empregados dos Correios mortos por coronavírus nos primeiros três meses de 2021 já supera o total de vítimas de março (quando começou a pandemia) a dezembro de 2020. De janeiro até agora, pelo menos 250 Trabalhadores dos Correios ativos e aposentados foram vitimados pela doença, mais do que os 150 registrados em 2020, demonstrando o grave momento por qual estamos passando, o descaso do governo federal e da gestão militar dos Correios para com os empregados e a população. Se somarmos o número de trabalhadores terceirizados falecidos, o total de vítimas de covid-19 deve triplicar.
A direção militar dos Correios sonega as informações sobre as vítimas, levantamentos feitos pelos Sindicatos dão conta de que o aumento expressivo no número de mortos tem relação com a exposição ao trabalho presencial sem as devidas medidas de segurança serem adotadas pela empresa. O Sindicato continua cobrando informações dos Correios e Governo Federal.
Contaminação e mortes por Covid explodem entre ecetistas e direção militar mantém negacionismo ao convocar para os feriados antecipados
A situação está alarmante em todo o estado do Rio de Janeiro. Hospitais e UTIs lotadas tanto na rede pública quanto na privada. Mas inacreditavelmente os dirigentes da ECT no RJ usam a classificação dos Correios entre os serviços essenciais para continuar expondo irresponsavelmente a categoria ao adoecimento e à morte.
Mas a direção autoritária da ECT no Rio de Janeiro se nega a fazer isso e expõe a categoria e a população em meio ao agravamento da pandemia.
O Sindicato encaminhou um ofício aos Correios cobrando que a mesma respeite o protocolo do Estado do Rio de Janeiro e não convoque os trabalhadores para todos os dias do feriado antecipado, respeitando o decreto e adotando a escala de rodízios para o trabalho nesses dias. A medida visa reduzir a circulação de pessoas nas ruas para reduzir a contaminação da covid-19 e cumprir o que está previsto no próprio manual da empresa.