Trabalhadores do CEE Campos querem urgência
Notícia publicada dia 14/04/2023 18:13
Trabalhar num local onde a rua é mais confortável é definitivamente inconcebível. Assim é a rotina dos trabalhadores do CEE Campos que, em assembleia realizada na última quinta (13), decretaram a greve na unidade. Na ocasião, diversos trabalhadores relataram o caos e a absurda infestação de ratos no local de trabalho. Segundo as denúncias, os roedores aparecem no bebedouro, entre os objetos postais e inclusive perto da marmita de um dos trabalhadores da unidade. “Ouvir que um rato roubou um pacote de biscoitos, parece engraçado, mas é desesperador para quem tem que trabalhar numa unidade de uma das maiores empresas do Brasil. Quanto tempo um gestor precisa para tomar uma atitude para resolver uma questão como de ratos entre os trabalhadores?,” protesta o presidente do SINTECT-RJ, Marcos Sant’Aguida.
Os problemas do CEE parecem infindáveis. Além do acúmulo absurdo de sujeira e total falta de condições de higiene, que favorece a proliferação de pragas, o calor é algo assustador no interior da unidade. “Estamos fazendo uma assembleia num dia com temperatura amena, mas o calor aqui dentro da unidade está absurdo. Está mais fresco na rua que dentro da unidade. Imaginem quando faz o calor destruidor do Rio de Janeiro. Isso deve colocar a unidade em condições insalubres para o trabalhador,” destacou o diretor do SINTECT-RJ, Paulo Lopes.
A imagem do bebedor ao lado das latas de lixo, como um equipamento colocado para descarte, mostra o desrespeito com os trabalhadores. “O refeitório que deveria ser um lugar agradável para os trabalhadores é assustador. Com equipamentos velhos, num ambiente fechado, com iluminação precária e que convive com a presença dos roedores. Os vestiários caminham no mesmo sentido,” destacou o diretor Rodrigo Bucharel que alertou ainda para a farsa da maquiagem na unidade.
Os trabalhadores denunciaram insistentemente sobre a grande maquiagem feita para tentar amenizar a revolta dos trabalhadores. “O chão está limpo, as cargas arrumadas para trabalhar, os banheiros e o refeitório estão com gente faxinando, limpando e arrumando. Mas todos sabem que é apenas para tentar frear o movimento de greve. Mas veja o tamanho das teias de aranha, o mato que cresce em volta da unidade e principalmente veja a pressão em cima de todos os trabalhadores para dar conta da demanda que é absurda. Todos sabemos que nada mudou,” denunciou Rodrigo Bucharel, que é o diretor que atua junto às unidades da região dos lagos.
A preocupação que vem de cima é o destaque de Marcos Sant’Aguida. Segundo o presidente, as ferragens que sustentam a iluminação estão em péssimas condições, podendo inclusive cair na cabeça de um trabalhador. “Falta empatia, preocupação com o que pode acontecer com o próximo. Os trabalhadores estão com muita razão ao decretar a greve, porque não podemos esperar mais, não há mais prazo, não se pode trabalhar ao lado de ratos, torcendo para não sair ferido por uma coisa despencando na cabeça. Fico imaginando quanto tempo levaria para resolver o problema de ratos na sala da superintendência do Rio de Janeiro. Não existem mais prazos, existe urgência e os trabalhadores do CEE Campos têm esse direito,”.
Sant’Aguida destaca que mesmo com o pouco tempo da nova gestão, os gestores têm ciência dos casos mais críticos e mesmo assim nenhuma providência foi tomada. Marcos reforça que há 30 dias, os trabalhadores da unidade fizeram uma assembleia e decretaram estado de greve, o sindicato encaminhou os ofícios informando os graves problemas da unidade, deixando os gestores muito bem informados sobre a situação da unidade. No entanto, a resposta só apareceu um dia antes da assembleia para decretação da greve, pedindo mais prazos e votos de confiança. “O Sindicato está aqui cumprindo o seu papel de fortalecer a luta dos trabalhadores e essa luta exige urgência e ações enérgicas daqueles que definem o que será e que não será feito para melhorar a vida dos trabalhadores nos Correios. Seguimos firmes na luta,” finaliza o presidente.