Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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Agências na região dos lagos em estado de greve por climatização

Notícia publicada dia 08/01/2024 15:01

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Os trabalhadores das agências dos Correios da região dos Lagos e do norte fluminense do Rio de Janeiro vêm enfrentando as ondas de calor em ambientes com temperaturas elevadíssimas, impróprias para o trabalho, em função da falta de climatização. Segundo o presidente do SINTECT-RJ, a situação das unidades de trabalho dos Correios no Rio de Janeiro é caótica e a climatização é um dos pontos centrais das reivindicações dos trabalhadores em todo o estado. “Na região dos lagos e no norte fluminense, os trabalhadores se mobilizaram e decretaram estado de greve para enfrentar o problema que atinge também os clientes, que são atendidos em unidades muito quentes. O SINTECT-RJ está junto com os trabalhadores e se nada for feito por parte da gestão da empresa, a paralisação será inevitável,” destacou o presidente. 

Rodrigo Bucharel, diretor do SINTECT-RJ, responsável pelas ações do Sindicato na região, destacou que a gestão da empresa tem conhecimento da falta de climatização nas unidades, em função dos comunicados ofícios e reuniões que solicitaram providências diante do problema, mas até agora nada foi feito. “Buscamos o diálogo com os gestores dos Correios para resolverem a questão, mas sem sucesso. O estado de greve decretado pelos trabalhadores busca resolver um problema que atinge os trabalhadores, mas também os próprios clientes dos Correios,” destaca.

Segundo Bucharel, a NR17 do Ministério do Trabalho determina que o conforto térmico dos locais de trabalho em locais que exigem intelecto seja efetiva entre 20 e 23 graus. “As ondas de calor tem elevado as temperaturas e com isso a temperatura nas unidades tem chegado a limites insuportáveis o que induz os trabalhadores não apenas a erro com o desconforto térmico, mas a caso mais graves como na AC Macaé que uma trabalhadora desmaiou durante o trabalho e foi diagnosticada como Síncope e colapso (Cid 10:55) pelo departamento médico. Os trabalhadores da unidade denunciam ainda que um cliente também passou mal em função do calor e os casos de pressão alta e dores de cabeça são comuns no cotidiano do trabalho. Isso é inadmissível,” protesta o dirigente. 

As agências Campos dos Goytacazes, Arraial do Cabo e São João da Barra não possuem qualquer equipamento de climatização, não constam no sistema e não tem previsão de climatização. O caso mais emblemático fica por conta da AC Barra de São João que possui sistema de climatização, mas não pode ser utilizado em função da ausência da porta de vidro na entrada da unidade. 

A falta de climatização atinge ainda unidades que já tem o sistema, mas com a falta de manutenção e equipamentos velhos e deteriorados não funcionam. Nesta situação estão as AC’s Armação de Búzios, Carapebus, Macaé, Rio das Ostras, Iguaba Grande, Tamoios e São Pedro da Aldeia. Já as unidades Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Quissamã, São Vicente e Saquarema aguardam a visita do fornecedor para orçamento para reparo. “Alguns desses equipamentos não suportam mais reparos. Quando são consertados não mantêm o funcionamento até o final do dia, deixando os trabalhadores sem climatização na maior parte do tempo e, principalmente, nos horários de calor mais intenso,” explica o diretor. 

Bucharel relata que a situação do calor ainda se agrava com os relatos de falta de água potável nas unidades. “Na grande maioria dos vezes os trabalhadores fazem uma vaquinha para comprar galões de água, muitos trazem de casa, temerosos pela falta de manutenção nos bebedouros. Os casos mais graves são das AC’s Arraial do Cabo e Macaé. A falta de água potável é um problema grave que precisa de atenção, principalmente nos dias de calor mais intenso,” explica o diretor. 

Para Marcos Sant’Aguida, a situação das condições de trabalho nas unidades do Rio de Janeiro é caótica. “Foram anos de descaso e sucateamento, nós sabemos que em muitos casos os recursos para manutenção das unidades que chegavam para DR\RJ foram desviados para outras coisas, o que levou as unidades ao estado a serem consideradas as piores unidades dos Correios Brasil para se trabalhar. Precisamos de um plano urgente para reverter essa situação,” finaliza Marcos Sant’Aguida.  

A reunião virtual realizada pelo SINTECT-RJ com os trabalhadores das agências da região dos lagos e norte fluminense foi realizada no último dia 03 de janeiro, e a decisão de entrar em estado de greve nas unidades foi decidida por unanimidade dos trabalhadores presentes. Agora, os trabalhadores aguardam um retorno da gestão da empresa ao ofício enviado pelo sindicato relatando os problemas. “É preciso agora aguardar o pronunciamento da gestão sobre a situação ou caso não tenha nenhuma resposta, para a partir daí realizaremos um nova convocação de reunião para discutir os rumos do movimento,” explica Bucharel.  

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