Fechamento das Agências CEM: SINTECT-RJ critica decisão dos Correios e alerta para o favorecimento de agências franqueadas
Notícia publicada dia 07/10/2024 10:42
A medida da atual gestão prejudica a captação de grandes contratos, enfraquece os Correios como empresa pública e favorece agências franqueadas, alerta o SINTECT-RJ.
Os Correios anunciaram o fechamento de 44 agências CEM (Correios Empresa) em todo o país, incluindo cinco no estado do Rio de Janeiro, com encerramento das atividades programado para janeiro de 2025. As agências CEM são especializadas no atendimento a grandes empresas, responsáveis por contratos de alto valor, que são fundamentais para a sustentabilidade financeira da estatal. A decisão, justificada pela suposta baixa rentabilidade das unidades, foi duramente criticada pelo SINTECT-RJ, que alerta para o impacto negativo na empresa e o favorecimento das agências franqueadas.
Sob a gestão de Fabiano Silva, os Correios enfrentam dois anos consecutivos de prejuízos, totalizando quase R$ 2 bilhões. Para o SINTECT-RJ, o fechamento das agências CEM aprofunda ainda mais a crise financeira da estatal. “Fechar essas unidades, que são responsáveis por captar grandes contratos, é uma medida equivocada. Isso vai retirar importantes receitas dos Correios, enquanto as agências franqueadas se expandem no mercado sem enfrentar a concorrência que os Correios poderiam oferecer”, afirma o presidente do sindicato, Marcos Sant’aguida.
A decisão enfraquece ainda mais a capacidade dos Correios de competir no setor, especialmente na captação de grandes clientes. O sindicato alerta que, em vez de fechar as agências CEM, a estatal deveria investir em melhorias e ampliar sua presença no mercado empresarial. Além disso, o SINTECT-RJ defende o fechamento das agências piratas, como a ONLOG, que atuam de forma clandestina, muitas vezes utilizando a estrutura dos Correios e até mesmo plagiando ilegalmente sua logomarca.
O SINTECT-RJ tem sido ativo na mobilização de trabalhadores e na denúncia pública dos prejuízos causados por essa política. Para a direção do Sindicato, fechar as agências CEM compromete diretamente o futuro da estatal, que perde contratos estratégicos e, consequentemente, receitas fundamentais para sua sustentabilidade financeira. “A atual gestão dos Correios está facilitando o avanço de franqueadas e deixando a estatal cada vez mais vulnerável. É um erro estratégico que coloca em risco o serviço postal que a população precisa”, critica Sant’aguida.
O sindicato também está desenvolvendo uma campanha de sensibilização da sociedade sobre os riscos dessa decisão. O fechamento das cinco agências CEM no Rio de Janeiro é visto como um movimento que enfraquece a capacidade dos Correios de competir e, ao mesmo tempo, favorece concorrentes que operam fora dos parâmetros da legalidade.
O SINTECT-RJ continuará lutando para reverter essa decisão e garantir que os Correios adotem políticas que fortaleçam a empresa, ampliando sua competitividade, preservando empregos e assegurando um serviço postal e logístico de qualidade para a sociedade.