Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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Secretário-Geral da FENTECT e dirigente da CUT se alinha à narrativa da extrema-direita

Notícia publicada dia 06/01/2025 14:55

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A contribuição negocial tem sido tema de intenso debate entre os trabalhadores dos Correios no Rio de Janeiro, especialmente diante das recentes declarações do Secretário-Geral da FENTECT e dirigente da CUT, Emerson Marinho. Em um áudio que circula em diversos grupos de WhatsApp, ele classifica a cobrança como um “golpe” e convoca um “levante” contra a contribuição aprovada no Rio de Janeiro.

Em seu discurso, Marinho argumenta que o desconto da taxa negocial representa uma duplicidade de cobranças, já que, segundo ele, os trabalhadores já contribuíram por meio do desconto assistencial aprovado anteriormente. “Eles estão cobrando duas vezes pela mesma coisa. Isso é um golpe, e os trabalhadores não devem permitir que isso aconteça”, afirmou.

No entanto, essa é a primeira experiência de contribuição negocial para os Correios, e a medida está alinhada às diretrizes das centrais sindicais, que defendem a contribuição assistencial como uma forma legítima de fortalecimento do sindicalismo.

O movimento sindical brasileiro, representado pelo Fórum das Centrais, do qual participam todas as centrais sindicais, vem defendendo a contribuição assistencial como um mecanismo essencial para sustentar as lutas dos trabalhadores.

Como resultado, essa contribuição tem sido alvo de diversos ataques, inclusive por parte da direita e extrema-direita no Congresso Nacional, que têm apresentado projetos de lei para restringir essa forma de financiamento.

Não precisamos que o movimento sindical contribua com esse desserviço à luta dos trabalhadores. Pedimos que cessem os ataques à contribuição assistencial, essencial para garantir a estrutura e a capacidade de enfrentamento diante dos desafios impostos pelo desmonte do sindicalismo.

É importante observar também a contradição presente na postura de Marinho. Enquanto critica a contribuição negocial no Rio de Janeiro, estados onde a FENTECT é representante do sindicato também aplicaram a mesma contribuição, como é o caso do SINTECT-DF, também filiado à CUT. Em nenhum momento, houve referências às cobranças nesses estados como um “golpe” ou a necessidade de um “levante”.

Vale destacar que o SINTECT-RJ foi protagonista em uma greve que buscou avançar na defesa dos direitos dos trabalhadores dos Correios. A contribuição negocial, aprovada democraticamente, é essencial para garantir a continuidade dessas lutas, contribuindo para a estrutura e a capacidade de enfrentamento diante de desafios futuros.

Além disso, não há evidências de que a contribuição negocial represente uma duplicidade de descontos. Se esse fosse o caso, seria importante refletir que, no movimento sindical comerciário, a contribuição assistencial é cobrada mensalmente. Nesse contexto, caberia questionar se Emerson Marinho também criticaria essa prática, considerando sua lógica.

Por fim, fazemos um apelo à reflexão dos principais dirigentes da FENTECT e da CUT nos Correios. Disputas locais não devem ser usadas como justificativa para atacar uma medida que visa fortalecer a organização dos trabalhadores. É momento de unificação, e não de ruptura, pois ataques dessa natureza fragilizam o movimento sindical como um todo.

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