Unidade histórica da Rua do Imperador vive estado de abandono

Notícia publicada dia 10/03/2025 09:52

O abandono do histórico prédio dos Correios de Petrópolis é exemplo da falta de interesse de políticos e gestores com a preservação de prédios públicos que contam um pouco da história do país. Na fachada estão as colunas em estilo neoclássico, além de lustres e vitrais originais no interior do imóvel. O terreno para sua construção foi doado pela Princesa Isabel.

Em 1º de outubro de 1848, Dom Pedro II assinou o decreto de implantação dos Correios na cidade, um dos primeiros do país.

O palácio dos Correios é uma obra do governo Republicano em plena Cidade Imperial e foi inaugurado, em 1922, pelo presidente Epitácio Pessoa. São 102 anos de existência. O prédio está fechado desde abril de 2024 para restauração de sua fachada.

O pouco caso com esse prédio histórico provoca a perda da única agência própria dos Correios na cidade de Petrópolis. O fechamento da unidade é reflexo de uma política que favorece as agências franqueadas em detrimento da estrutura pública e do caráter social da empresa. Esse movimento não apenas prejudica a imagem da estatal, mas também impacta diretamente a população que depende do atendimento personalizado das agências próprias.

E mais. A precarização da unidade prejudica diretamente os trabalhadores, que são ainda mais afetados com o fechamento da unidade. A reforma do imóvel, o atraso nas obras e as condições de trabalho precárias são questões que merecem mais atenção, pois são diretamente ligadas ao bem-estar dos funcionários e à qualidade do serviço prestado à população. O sindicato, em sua luta por melhores condições de trabalho, tem papel essencial nessa disputa.

O Sintect-RJ reitera sua posição em defesa dos trabalhadores, do patrimônio público e da qualidade dos serviços prestados à população, exigindo dos Correios o cumprimento das obrigações legais e o respeito aos direitos dos trabalhadores e da população de Petrópolis.

O prédio dos Correios sofre constantemente com ações de vandalismo , como pichações em sua fachada. Sem falar na falta de limpeza no local, incluindo objetos e roupas de moradores de rua, agravando a poluição visual. Frases e desenhos sem identificação são visíveis em diversas partes do edifício.

Marcos Sant’Aguida e Leônidas da Silva, presidente e diretor do Sintect-RJ, respectivamente, foram ao local para verificar o que foi feito pela direção dos Correios quanta à reforma do prédio. Eles constataram que a situação piora a cada dia, com ameaça de queda de reboco e partes estruturais do prédio.

“Estamos chamando a atenção para o abandono dessa unidade, no Centro de Petrópolis. Unidade que teve o seu terreno doado pela Princesa Isabel. Lamentavelmente, tudo largado e abandonado. Queremos chamar a atenção de autoridades, do prefeito e da direção dos Correios sobre as promessas seguidas do diretor Paulo Penha, que não cumpriu nada sobre a reforma da unidade”, criticou Marcos Sant’Aguida.

Leônidas da Silva lembrou que a agência não está operando o envio de qualquer produto.

“Quem quiser enviar uma encomenda tem que ir para uma agência franqueada, na 16 de março, ou se deslocar para os distritos Pedro do Rio, Itaipava ou Posse, que são bem distantes, cerca de 12 KM. Uma vergonha”, criticou.

Segundo o diretor do sindicato, o espaço poderia estar sendo usado de forma ampla pela população.

“Infelizmente encontra-se fechado por negligência da alta gestão dos Correios. Estamos aqui para reafirmar os próximos passos do sindicato diante dessa situação. Vamos denunciar no Ministério Público para tentar fazer com que a alta gestão dos Correios faça a obra necessária para o imóvel voltar a atender a população, que hoje se encontra prejudicada. Diante da situação, os trabalhadores da unidade foram deslocados para o Centro de Distribuição Domiciliar Floriano Peixoto, onde não há atendimento para o trabalhador enviar uma encomenda. Lá só tem condições de buscar o produto”, explicou.