SINTECT-RJ denuncia precarização dos Correios em audiência pública na ALERJ
Notícia publicada dia 26/08/2025 12:43
Sindicato e trabalhadores participaram da audiência convocada pela deputada Dani Balbi, do PCdoB-RJ, que debateu más condições de trabalho, crise no plano de saúde e a necessidade de investimentos urgentes na estatal

O SINTECT-RJ, junto com trabalhadoras e trabalhadores dos Correios, participou nesta segunda-feira (25/08) da audiência pública realizada pela Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). A reunião foi convocada pela deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) e teve como objetivo debater a grave crise que afeta a categoria e a empresa, marcada pelo sucateamento das condições de trabalho, pela fragilidade do plano de saúde e pela falta de investimentos.

De acordo com dados da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-RJ), os Correios já acumularam 98 autuações desde janeiro de 2024 por infrações trabalhistas. As irregularidades incluem banheiros e refeitórios inadequados, falta de conforto térmico e acústico, atraso no pagamento de benefícios e unidades em situação insalubre, com relatos de calor extremo, presença de pragas e ausência de tratamento adequado de esgoto. Esses problemas não só violam a dignidade dos trabalhadores, como também prejudicam a qualidade dos serviços oferecidos à população.
Outro ponto debatido foi a situação do plano de saúde dos Correios, que vem sofrendo com o descredenciamento de clínicas e hospitais devido à falta de repasse financeiro da empresa. Muitos trabalhadores estão tendo tratamentos interrompidos e enfrentando longas filas de espera, enquanto outros foram obrigados a abandonar o plano diante do alto custo das mensalidades. Além disso, denúncias sobre a suspensão de férias também foram relatadas, reforçando o cenário de insegurança vivido pela categoria.

A deputada Dani Balbi ressaltou o caráter estratégico dos Correios para o Brasil e a necessidade de defender a estatal contra o sucateamento:
“Recebemos denúncias de unidades em condições degradantes, expostas ao calor extremo, sem higiene adequada e até com presença de pragas. Essa precarização impacta não só os trabalhadores, mas também a população que depende dos serviços postais. Defender os Correios é defender as empresas públicas e um serviço de qualidade para todo o povo brasileiro”, afirmou a parlamentar.
O SINTECT-RJ agradeceu publicamente à deputada pela iniciativa de abrir espaço na ALERJ para ouvir diretamente os trabalhadores e denunciar os problemas que enfrentam no dia a dia. A participação da categoria, junto à diretoria do sindicato, deu ainda mais peso às denúncias e reforçou a luta coletiva por melhores condições de trabalho.
O presidente do sindicato, Marcos Sant’aguida, destacou que a atual gestão dos Correios tem agravado a situação ao não apresentar soluções concretas:
“Os trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro estão resistindo bravamente, mas a atual gestão tem sua parcela de responsabilidade nesse caos. Não há investimentos, não há modernização, e o tão falado Marketplace é um fracasso: não funciona e sequer sabemos a quem cobrar. Os trabalhadores enfrentam más condições de trabalho e um plano de saúde em colapso, enquanto a direção da empresa não apresenta soluções. É urgente cobrar investimentos sérios e um projeto de modernização que fortaleça os Correios como empresa pública e estratégica”, criticou o dirigente.
Ao final, a audiência aprovou uma série de encaminhamentos importantes: o envio de ofício ao Ministério Público Federal para tratar das ações relacionadas a salários, férias e plano de saúde; a solicitação de refinanciamento das dívidas da empresa junto à Presidência da República; além do fortalecimento da fiscalização da SRTE-RJ e da defesa do direito de greve para os trabalhadores dos Correios.
O SINTECT-RJ reafirma seu compromisso com a luta diária em defesa dos trabalhadores e convoca a categoria a seguir mobilizada. O sindicato seguirá cobrando investimentos, condições dignas de trabalho e a modernização dos Correios, sem retirada de direitos e com valorização da empresa como patrimônio público do povo brasileiro.
















