Trabalhadores do CDD Rocha Miranda encerram a greve, mas exigem o cumprimento das Normas Regulamentadoras
Notícia publicada dia 25/09/2025 14:19
Após 12 dias de greve ambiental, os trabalhadores do CDD Rocha Miranda aprovaram, na quarta-feira (24), por unanimidade, o fim da paralisação, com a volta ao trabalho nesta quinta-feira (25), mas a manutenção do estado de greve até que todas as exigências sejam cumpridas. Os trabalhadores decidiram dar um voto de confiança à empresa.
O movimento é por conta de vários problemas na unidade, entre eles, as más condições de trabalho, local insalubre, caixa d’água suja, extintor vencido, falta de sapato para os funcionários, sobrecarga de trabalho, entre outros itens. Vários funcionários estão com problemas de saúde, como rinite e alergia, por falta de limpeza na unidade.
“Dois trabalhadores infartaram dentro da unidade por más condições e sobrecarga de trabalho. Ocorreram a quebra de 16 NRs. Tudo isso dentro de uma única unidade que desrespeita os normativos da Organização Internacional do Trabalho”, comentou Ricardo Poeta, diretor do Sintect-RJ.
As NRs (Normas Regulamentadoras) são um conjunto de obrigações, direitos e deveres para empregadores e trabalhadores, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. Elas definem requisitos mínimos e diretrizes técnicas para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais em diversas atividades econômicas, sendo obrigatórias para todas as empresas com empregados regidos pela CLT.
O dirigente acrescentou que a situação foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho e ao Ministério do Trabalho e Emprego.
“Além disso, vamos entrar com uma ação pedindo insalubridade em defesa desses trabalhadores. Quero parabenizar todos os trabalhadores que sustentaram o movimento paredista”, destacou o dirigente sindical.
Um movimento paredista, ou greve, é a paralisação coletiva e voluntária do trabalho por parte de trabalhadores para reivindicar melhores condições de trabalho, salários ou outros direitos, funcionando como um instrumento de pressão e protesto.
“Os trabalhadores vão voltar ao trabalho mesmo com os Correios não cumprindo todas as NRs. Vamos dar um voto de confiança à empresa mesmo agredindo a saúde do trabalhador. Há uma incongruência nisso, mas os trabalhadores entendem o momento. Vamos manter o estado de greve até que seja cumprida todas as exigências que a Organização Internacional do Trabalho diz que é o mínimo para que uma empresa funcione”, apontou o dirigente sindical.