Trabalhadores dos Correios do RJ rejeitam proposta que ameaça direitos trabalhistas
Notícia publicada dia 05/09/2017 23:28
Em Estado de Greve, categoria exige início das negociações coletivas
Em unanimidade, os ecetistas votaram nesta terça-feira (5), contra a proposta de prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), a proposta, além de não conceder o reajuste salarial, exigia que a categoria não deflagrasse greve, oprimindo os trabalhadores na luta pelos seus direitos. Em Estado de Greve, os ecetistas exigem o início imediato das mesas de negociação do ACT 2017/2018 com a empresa.
Durante a assembleia realizada na Praça de Guerra, local histórico de lutas da categoria, as lideranças sindicais do SINTECT-RJ ressaltaram que, caso fosse aceita a proposta do TST, o ACT ficaria a mercê das novas leis trabalhistas do governo golpista de Michel Temer.
“As novas regras da CLT retiram direitos e benefícios dos trabalhadores. Aceitar essa proposta é deixar esse governo ganhar tempo para terceirizar e sucatear a ECT. É um jogo sujo que não aceitaremos”, ressaltou o presidente do sindicato, Ronaldo Martins.
Em reunião realizada no dia 30 de agosto, a diretoria da FINDECT avaliou a proposta apresentada pelo Ministro Emmanoel Pereira e concluiu que os trabalhadores não seriam beneficiados pela mesma. A orientação da federação foi que todos os sindicatos filiados rejeitassem a proposta em defesa dos direitos e benefícios da categoria. A FINDECT solicitou ainda, o início das Negociações Coletivas para o próximo dia 12/09, uma vez que a empresa já está com a Pauta de Reivindicações desde o início de julho, e ainda não apresentou, se quer, sua contraproposta.
Para o presidente da CTB-RJ, Paulo Sergio Farias, que esteve na assembleia dos ecetistas, o projeto político do Governo Federal é claro: sucatear para privatizar. “Não temos dúvidas que o governo golpista quer privatizar o patrimônio público. Todos os dias temos um golpe contra a soberania e contra as estatais. Nosso papel é resistir e lutar pelo nosso emprego, nossos direitos e pelo nosso país”, afirmou.
Os trabalhadores dos Correios carregam um histórico de luta e não abaixarão a cabeça para o patrão, é o que afirma Rosemeri Leodoro, secretária-geral do SINTECT-RJ. “O presidente e a direção dos Correios tem o dever de iniciar as negociações coletivas. É um ato democrático e que demonstra respeito com os trabalhadores que carregam essa empresa nas costas. A ECT precisa analisar nossa pauta de reivindicações e manter nossos direitos”, diz Rosemeri.