TST apresenta proposta de conciliação para acordo coletivo de trabalho 2017/2018
Notícia publicada dia 04/10/2017 23:29
Proposta prevê manutenção de clausulas do ACT e reajuste salarial em 2,07%, retroativo a agosto
A audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ocorrida hoje (4), foi aberta pelo vice-presidente, Ministro Emmanoel Pereira, com a afirmação de que ele apresentaria uma proposta construída a partir da rejeição da proposta negociada entre empresa e FINDECT. A Federação, em nenhum momento se ausentou, buscando o dialogo com responsabilidade e exaustão, em nome dos trabalhadores em todo o país.
O Ministro registrou que levou em consideração as falas dos sindicalistas que ele fez questão de analisar e a difícil situação do país e dos trabalhadores que se encontram já sofreram com cortes em seus salários. Ressaltou ainda que a proposta seria o limite possível para a constituição de um ponto de equilíbrio entre as partes.
Na proposição do TST, a empresa reajustaria os salários e os benefícios pelo índice do INPC, calculado em 2,07%, retroativamente ao mês de agosto de 2017. Os trabalhadores ficariam obrigados a repor os dias parados, seis horas por semana, sendo que aqueles que trabalham aos sábados cumpririam jornada de quatro horas de segunda à sexta-feira e mais duas horas aos sábados.
A compensação deverá ser na própria unidade até o dia 30 de dezembro de 2017 e as horas excedentes não serão computadas com os benefícios de hora extra. A empresa convocará os funcionários, através de formulário onde os trabalhadores terão a opção de aceitar ou não a compensação.
Pela proposta do magistrado, todas as cláusulas sociais serão mantidas por dois anos, inclusive a cláusula 28 que trata do plano de saúde. Essa, no entanto, ainda dependerá do processo de mediação, em curso no TST.
Ministro alerta para os riscos de não aceitar a proposta
O Ministro Emmanoel lembrou, no entanto, que a jurisprudência (o julgamento de casos anteriores que são tomados como referência) indica que, caso a proposição seja rejeitada pelos trabalhadores, a tendência é que o julgamento somente ocorra em dezembro, o que faria com que os trabalhadores perdessem quatro meses de retroatividade e somente passariam a receber o índice de reajuste, a partir do último mês do ano.
Ele também alertou que a tendência dos julgamentos é cobrar os dias parados em 50% de compensação e outros 50% em desconto. Além disso, mantendo a decisão de abusividade da greve, a empresa poderá adotar medidas como se os trabalhadores estivessem praticando faltas injustificadas e, até mesmo, abandono de emprego.
A FINDECT levará a proposta do TST para assembleia dos seus sindicatos filiados. Segundo o presidente do Sindicato de São Paulo, Elia Brito (Diviza), “os trabalhadores vão avaliar e decidir democraticamente e, da mesma forma que optaram pela greve, vão decidir se aceitam ou não a proposta de conciliação apresentada pelo Ministro Emmanoel”.
Na mesma linha, Ronaldo Martins, presidente do Sindicato do Rio de Janeiro, disse que “a base da FINDECT sempre teve compromisso com a construção da melhor alternativa para os trabalhadores e trabalhadoras ecetistas e que a negociação e a luta são instrumentos legítimos dos trabalhadores”.
Até a próxima segunda-feira (9), a FINDECT oficializará a resposta ao Tribunal Superior do Trabalho.
Assista a audiência de conciliação na integra:
Sônia Corrêa
Correspondente da FINDECT em Brasília