Gestores seguem cartilha bolsonarista para retirar mais direitos dos trabalhadores
Notícia publicada dia 13/07/2022 12:50
A reunião para as negociações da campanha salarial realizada ontem (12) mostrou que a gestão da empresa vai seguir a política bolsonarista de retirar direitos dos trabalhadores, sem diálogo e com muito autoritarismo. Mesmo diante de um dos maiores lucros da história da empresa, os gestores da empresa dificultaram o diálogo e apresentaram propostas absurdas para iniciar as negociações com os trabalhadores.
Segundo o presidente do SINTECT-RJ, Marcos Sant’aguida, eles sequer permitiram aos trabalhadores apresentarem os pontos da pauta de reivindicações, ao passo que apresentaram propostas absurdas como as do reajuste da categoria para as áreas operacionais e administrativa de apenas 2,67%, enquanto os militares do conselho administrativo já tiveram aprovado um reajuste de 9,57%. “Parece piada, mostraram que estão pouco importando com as necessidades dos trabalhadores. A posição do nosso Sindicato é de rejeitar todas as propostas e exigir que os pontos sejam debatidos com espírito público de fato, respeitando a constituição,” destaca o dirigente.
Os gestores foram além e queriam incluir na cláusula que trata da reunião setorial uma espécie de censura prévia. Segundo eles, a empresa não quer que os trabalhadores nas reuniões e nos quadros de aviso nas unidades, propaganda político partidárias. “Um absurdo isso fere a democracia e o direito dos trabalhadores expressarem suas opiniões. Na verdade eles querem nos calar! Querem a todo custo impedir que o sindicato denuncie quem está por trás deste pesadelo de retirada de direitos dos trabalhadores, que é o governo comandado por Jair Bolsonaro. Isso é censura, e o sindicato jamais vai aceitar esse tipo de absurdo,” protesta o presidente que ainda destaca que não é a empresa e a legislação trabalhista que tratam da propaganda política partidária. “Se o Sindicato cometer alguma ilegalidade, que o TRE tome as devidas providências, qualquer outra proposta é censura prévia, um atentado à liberdade de expressão,” reitera Marcos.
As propostas absurdas não pararam por aí, além disso queria retirar o direito a CAT do dirigente sindical. “Esse nem mesmo dá pra comentar, querem que quem for diretor do Sindicato não tenha o direito à comunicação de acidente de trabalho (CAT), como se fosse um sub-trabalhador. Acredito que isso tudo é um bode, uma cortina de fumaça apenas para tumultuar as negociações. Um absurdo,” finaliza.
Em nota, a FINDECT também lamentou a atuação desastrosa dos gestores da empresa na reunião. E exige uma postura mais democrática e de diálogo com a representação dos trabalhadores.