Editorial: Sobre a posição da diretoria diante das mudanças na proposta da empresa na Campanha Salarial 2023/2024
Notícia publicada dia 20/09/2023 15:09
É importante analisar a proposta apresentada pela Direção da ECT, não sobre o foco do cenário deste momento, mas o que a luta política proporcionou de mudança em favor dos trabalhadores num passado recente e, também, no presente em curso. Ao mesmo tempo, procurar entender a força econômica da nossa empresa. Já de plano, saímos de uma conjuntura da campanha passada em que a gestão bolsonarista, ao término das negociações, na cara de pau, ofereceu aumento zero para os trabalhadores. Porém, ao elegermos Lula, a perspectiva de mudança se concretizou logo após sua posse quando este orientou ao arquivamento da proposta de privatização.
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Ao entrarmos no primeiro embate de classe da nossa categoria com gestão da empresa, que é a campanha salarial 2023/2024. Já de início, observamos como primeira mudança, foi a disposição da dos gestores da ECT em negociar. Foram direto na proposta, que nos foi apresentada no dia 14/09. Avaliamos avanços significativos, dentre eles, a recuperação de 41 cláusulas das cinquenta retiradas pela gestão bolsonarista. As cláusulas econômicas e sociais voltaram contemplando os trabalhadores e as representações sindicais. Com destaque para a ampliação da licença maternidade, direito das horas de amamentação, trabalhos em feriados e fins de semana com o pagamento de 200% sobre dia trabalhado ou duas folgas, o retorno do direito ao abono acompanhante entre outros
Quanto ao plano de saúde, pactuamos com o presidente dos Correios, Fabiano Silva, a implementação até janeiro da redução de 30% para 15% no compartilhamento do plano de saúde, além de outras questões que estão na ata em que o acordo foi firmado. Em relação às contratações também está na ata o comprometimento do presidente da empresa, em anunciar o concurso público em breve.
Já às cláusulas econômicas que tem efeito direto salário, garantimos a um percentual acima da Inflação, que garante aumento real de salário. Análise feita pelo próprio DIEESE em temos a declaração oficial do órgão. Soma-se a esta conquista o retorno do vale peru, que será pago em dinheiro cinco dias após a assinatura do acordo.
Posto todas essas questões, a proposta foi minuciosamente apreciada pelas diretoras e diretores do sindicato em reunião e aprovada por unanimidade pelos presentes na reunião. Nesse sentido, o conjunto da diretoria do SINTECT-RJ defende a aprovação da assinatura da proposta e assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho. No entanto, propomos a manutenção do estado de greve até que seja implantada a redução de 30% para 15% o compartilhamento das despesas médicas em Janeiro.
Em tempo, afirmo que foi importante e fundamental a diretoria da FINDECT ter marcado suas assembleia para o dia 21/09. Com isso, tivemos tempo suficiente para negociar e tornar possível realizar a reunião na sede do SINTECT-SP com o presidente dos Correios, Fabiano Silva, realizada no último dia 18/09 . Nela garantimos revisão da ata que dispõe sobre o plano de saúde e substituímos na ata a palavra “possibilidade” por prazos bem definidos, sobretudo na redução do compartilhamento das despesas médicas. Nesse ponto, não tenho dúvidas que a proposta da empresa avançou.
Marcos Sant’Aguida
Presidente do SINTECT-RJ