Correios à beira da insolvência: a verdade que ninguém quis encarar e que precisa ser dita
Notícia publicada dia 21/11/2025 17:36
Presidente do SINTECT-RJ expõe omissões, cobra ação urgente do governo Lula e alerta que a estatal pode colapsar sem intervenção imediata.
Os Correios vivem hoje um cenário de incerteza que afeta diretamente os trabalhadores. O prejuízo bilionário acumulado é resultado de anos de escolhas erradas, agravadas pela administração recente do ex-presidente Fabiano Silva (2023–2025). Mesmo após sucessivos alertas e cobranças do movimento sindical, ele ignorou a necessidade de modernizar a empresa e deixou de implementar o marketplace no início da gestão, apesar das recomendações feitas pelo sindicalismo classista. O resultado foi uma crise profunda, que compromete salários, benefícios e a estabilidade da estatal.
Eu reforço que parte da direção majoritária da FENTECT falhou ao não enfrentar os erros da última gestão dos Correios, tendo a frente o ex-presidente Fabiano Silva. Quando a empresa precisava de firmeza e cobrança, a postura adotada foi de acomodação. Essa escolha ajudou a agravar o rombo financeiro e empurrou os Correios para uma situação ainda mais delicada.
Ao governo Lula cabe uma responsabilidade que não pode mais ser adiada. Além de precisar realizar um aporte financeiro para estancar a crise, o governo demorou demais para trocar o comando da empresa, mesmo após os alertas do Sindicato. Essa demora permitiu que o prejuízo crescesse e atingisse proporções inéditas. Se a mudança tivesse ocorrido no início da crise, o impacto seria muito menor e os trabalhadores não estariam enfrentando tamanha instabilidade.
Diante de tantos problemas, o SINTECT-RJ não ficou parado. O sindicato fez denúncias, foi ao Ministério Público Federal, cobrou explicações e combateu todas as medidas que prejudicavam a categoria. Também promoveu greves, mobilizações no acordo coletivo e ações pontuais sempre em defesa dos trabalhadores e da sobrevivência da estatal. A atuação firme do Rio de Janeiro mostrou que é possível resistir mesmo quando muitos optaram pelo silêncio.
A recuperação dos Correios passa por investimentos urgentes em áreas estratégicas. O marketplace, criado para ampliar receitas e modernizar serviços, nunca recebeu o impulso necessário. Da mesma forma, a retomada de um banco postal pode fortalecer a empresa e ampliar a oferta de serviços em todo o país. O SINTECT-RJ foi o único sindicato a ir até Brasília, buscar o diálogos e entregar uma carta diretamente ao Palácio do Planalto cobrando providências. Agora, o governo precisa fazer sua parte e agir com rapidez.
A categoria merece respostas e estabilidade. O momento é difícil, mas a solução existe, e começa pelo compromisso real com a defesa dos Correios e de seus trabalhadores.