Nota Oficial do SINTECT-RJ
Notícia publicada dia 29/10/2025 14:24
Sindicato repudia e condena o massacre nas favelas da Penha e do Alemão e exige responsabilização imediata

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios e Telégrafos do Estado do Rio de Janeiro (SINTECT-RJ) manifesta seu mais profundo repúdio e indignação diante da operação policial realizada na última terça-feira, 28 de outubro, nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão, que resultou em 64 mortes, segundo informações oficiais divulgadas pela imprensa.
O que aconteceu não pode ser tratado como uma simples ação de segurança pública. Foi, na verdade, um massacre, o mais letal da história recente do Rio de Janeiro. Um episódio que escancara o fracasso da política de segurança baseada na violência, no confronto e na desumanização da população pobre e negra das favelas.
O SINTECT-RJ reafirma que não é contra as forças de segurança, que têm o dever constitucional de proteger a sociedade. No entanto, o que se viu na Penha e no Alemão foi uma ação desmedida, autoritária e brutal, que transformou as comunidades em cenário de guerra e promoveu o extermínio de dezenas de vidas.
Nada pode justificar o que ocorreu. Nenhum objetivo operacional pode legitimar tamanha violência e desprezo pela vida humana. O Estado, que deveria garantir direitos e segurança, mais uma vez agiu como instrumento de opressão, reproduzindo práticas de extermínio que atingem justamente os que mais sofrem com a desigualdade social.
O SINTECT-RJ exige investigação rigorosa, transparência e responsabilização imediata de todas as autoridades envolvidos. A impunidade não pode prevalecer diante de uma tragédia dessa dimensão.
O Sindicato reafirma seu compromisso com a defesa da vida, dos direitos humanos e da justiça social, e defende um modelo de segurança pública baseado na inteligência, no planejamento e na proteção da cidadania e não na barbárie e no derramamento de sangue.
O povo trabalhador do Rio de Janeiro precisa de paz, emprego, educação, moradia e dignidade, e não de operações militares que transformam favelas em territórios de morte.
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2025
Diretoria do SINTECT-RJ
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios e Telégrafos do Estado do Rio de Janeiro