Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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A quem serve a privatização dos Correios?

Notícia publicada dia 05/04/2018 19:16

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Em setembro de 2017 o Datafolha e a Revista Seleções revelou – mais uma vez – que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos está na liderança das empresas que detém a confiança dos brasileiros. Mesmo assim, a empresa pública de 350 anos no mercado e que interliga o país, é alvo do projeto de destruição da infraestrutura brasileira, fruto do golpe que elevou o ilegítimo Temer a chefe do projeto derrotado nas urnas, em 2014.

Mas, antes de privatizar, a direção atual, está encarregada de desmontar a empresa, sob o comando de Temer, Gilberto Kassab e Guilherme Campos, tornando-a um pacote interessante ao capital privado. Esse processo passa pelo ataque às conquistas dos trabalhadores, como o plano de saúde que, ao longo dos anos, foi negociado para minimizar as perdas salariais.

Aliado a isso, o fechamento de agências e a redução de investimentos são utilizados para sucatear a empresa. Outra forma utilizada para constituir o projeto de privatização é a precarização dos serviços oferecidos à população, dessa forma, criando na população a ideia de que o fim da empresa pública tornaria os serviços mais eficientes e eficazes. Para isso, conta com a luxuosa ajuda da mídia que produz matérias com o objetivo de desmantelar a eficiência da ECT.

Em meados de março de 2018, o UOL publicou entrevista do Ministro Gilberto Kassab onde ele afirma que a empresa está insolvente, ou seja, não tem condições financeiras de se manter, revelando que o caminho seria o da entrega do patrimônio público à iniciativa privada, contrariando outra entrevista concedida à EBC, em janeiro deste ano, quando afirmou que “Quanto ao futuro dos Correios, se será privatizado ou não, essa discussão não existe na presente gestão. Na presente gestão, estamos recuperando os Correios”.

Ou seja, o governo Temer trabalha na lógica da enganação e com um jogo de palavras que não condiz com a realidade. Que tipo de recuperação é essa que em apenas uma semana de setembro de 2017 fechou 1.836 agências que ofereciam Banco Postal nos estados de AL, BA, CE, GO, MT, PE, PI, PR, RJ, RN, RR, RS e SP?

Denúncia da Deputada Maria do Rosário (PT/RS) que é integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, publicada na “Carta Capital”, aponta que a atual gestão, ao contrário do que diz sobre sanar financeiramente a empresa, “derrubou a receita nominal em 2017, no acumulado até julho, em quase R$ 600 milhões, mesmo com aumento de tarifas”, promovendo a queda do faturamento e com isso a queda da qualidade dos serviços, fazendo com que haja a migração de clientes de encomendas para empresas privadas.

Privatizar os Correios só interessa a grandes empresários de encomendas e logística, que se utilizam dos governantes de plantão, que servem ao senhor do dinheiro. O objetivo é destruírem a empresa, os direitos e conquistas dos trabalhadores e sucatearem os serviços prestados à população e justificarem a entrega do patrimônio dos brasileiros para os urubus da iniciativa privada.

É necessário melhorar a empresa e os serviços prestados ao povo brasileiro. Entretanto, isso não se faz com destruição. Ao contrário, é preciso melhorar as condições de trabalho dos milhares de trabalhadores dos Correios de norte a sul do Brasil, retomar os concursos públicos e investir na infraestrutura da empresa, levando em conta o papel social de unidade nacional, que está no DNA dos Correios.

Sônia Corrêa
Correspondente da FINDECT em Brasília

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