Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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Ato do Dia Internacional da Mulher cobra igualdade, combate à violência e homenageia mulheres

Notícia publicada dia 10/03/2020 18:24

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O SINTECT-RJ e mais 100 entidades participaram da manifestação que celebrou o Dia da Mulher e convocou os trabalhadores para a GREVE GERAL DE 18 DE MARÇO!

A diretoria do SINTECT-RJ participou na tarde de ontem, 9/03, do ato na Candelária em celebração ao Dia da Mulher. Nesse ano, as reivindicações históricas em defesa dos interesses das mulheres tiveram uma divisão de espaço mais marcante com o teor político do ato de 8 de Março.

O ato foi importante para alertar a sociedade sobre o perigo dos retrocessos das ações e declarações do atual governo e, da necessidade de defender as conquistas obtidas pelas mulheres ao longo dos anos. Prova disso é o aumento o crescimento da violência e do feminicídio, que é o assassinato de mulheres por motivação de gênero, ou seja, pelo fato serem mulheres.

Estarmos nas ruas no RJ é fundamental para defender a democracia, combater o ímpeto autoritário do governo e seu incentivo ao machismo, à discriminação e, consequentemente, à violência contra as mulheres“, enfatizou a Secretária-geral Rosemeri Leodoro.

A Secretaria de Mulheres do SINTECT-RJ têm atuado fortemente e colocado como prioridade a conscientização e celebração dos avanços conquistados, das reivindicações históricas por igualdade de direitos e oportunidades, pelo fim das discriminações e violências, contra o machismo, o assédio, o abuso e também a censura e o fundamentalismo, preocupações recentes ligadas ao incremento do autoritarismo no cenário político brasileiro.

Além do SINTECT-RJ e da CTB, mais de 100 entidades participaram da construção do ato e das pautas levantadas na manifestação.

Mulheres protestaram em vários países

O tom político da manifestação de ontem veio em encontro aos demais atos vistos em outros países, pareado com reivindicações de proteção contra agressões e igualdade de direitos.

O caso mais marcante foi o do Chile, onde uma multidão tomou as ruas de Santiago em marcha no Dia Internacional da Mulher. Mais de 2 milhões de pessoas participaram do ato, segundo organizadoras.

A marcha se concentrou na Praça Itália, centro da capital chilena, que se tornou um símbolo dos protestos que há quatro meses pressionam o governo de Sebastián Piñera e conseguiram mudanças práticas, como a convocação de um referendo sobre a elaboração de uma nova Carta Magna. A atual foi elaborada ainda na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A luta das mulheres continua no dia 14 de Março no ato em defesa da democracia e por justiça no caso do assassinato da Vereadora Marielle e seu motorista Anderson.

Os movimentos de organização do ato das Mulheres divulgaram um manifesto, confira abaixo na íntegra:

MANIFESTO DAS MULHERES PARA O 8M/2020 – RJ

Pela vida de todas as mulheres, democracia e contra a retirada de direitos! Um Rio de Coragem Feminista contra a violência e os governos Fascistas!
#Justiça por Marielle #aguaévida #vidasnegrasimportam #vidasLBTIsimportam #vidasindígenasimportam #Elenão #Mulherestrabalhadoras #Mulheresnapolítica

Este 8 de março acontece em um contexto de crise econômica e social, alto desemprego, e retirada de direitos provocada pela Emenda Constitucional 95, limitando o teto dos gastos e culminando no desmonte do Estado e dos serviços públicos. São seus reflexos o sucateamento do SUS, a mercantilização e precarização da água! A isso se soma a reforma da previdência e administrativa, os ataques aos direitos das mulheres e ao feminismo, e mais recentemente, vimos o aumento da escalada autoritária deste governo com ameaça de fechamento do congresso e do STF.

Para dar uma resposta contundente a Bolsonaro e seus aliados, iniciamos neste 8M uma jornada de lutas unificada. Ela inclui o 14M – Justiça para Marielle! Quem Mandou matar Marielle e Anderson? – e o 18M – Dia Nacional de Lutas, em defesa da educação e dos serviços públicos, resgatando a luta das mulheres, o setor da educação, a greve dos petroleiros e petroleiras, assim como demais trabalhadoras e trabalhadores que resistem aos projetos do governo.

Neste dia internacional de luta das mulheres, estamos de cabeça erguida e mãos dadas com mulheres de todo o mundo, inspiradas pelas Chilenas, nas ruas para conquistar um outro mundo possível. Protagonizamos a luta #EleNão, responsável por levar as eleições no Brasil para o segundo turno, e retornamos às ruas contra os ataques deste governo ultraliberal na economia, autoritário na política e conservador nos costumes.

Estamos na rua por Marielle Franco e pelas nossas vidas!

Pela vida de todas as mulheres, democracia e contra a retirada de direitos!

Vivemos no quinto país que mais mata mulheres no mundo, concentrando 40% dos casos de feminicídio da América Latina. O Brasil também é o campeão em mortes de travestis e transexuais do mundo: aqui a expectativa de vida de uma transexual é de apenas 35 Anos.

O Governo Bolsonaro apresenta como alternativa para combater a violência mais violência. O presidente defende a isenção de punição a militares e policiais que cometerem assassinatos e excessos durante operações de garantia de lei e da ordem.

Nós sabemos quem são aqueles afetados: a infância e juventude negra, crianças como Ágatha Felix, Jenifer Gomes e Kauê Ribeiro dos Santos, filhos e filhas de mulheres Negras.

Um Rio de coragem feminista contra a violência e os governos fascistas!
#Justiça por Marielle

No próximo dia 14 de março fará 2 anos das execuções de Marielle Franco e Anderson Gomes. O assassinato da companheira Marielle foi um atentado de poderosos aos que lutam por uma sociedade justa e igualitária e que deve ser investigado a fundo.

Denunciamos a política higienista do governador Wilson Witzel! Repudiamos sua ordem para “a polícia mirar na cabecinha e… fogo”, e seu projeto de encarceramento em massa, que privilegia a construção de prisões em detrimento da construção de escolas.

Justiça para Marielle significa também dignidade nas favelas e periferias, que são massacradas pelas forças policiais todos os dias. É pelas vidas faveladas, pela vida das mulheres! É afirmar que lugar de mulher é sim na política!

Se fere nossa existência, seremos resistência!

Reafirmamos que o feminismo, a unidade e a auto-organização das mulheres como vanguarda, aliadas a classe trabalhadora e aos movimentos sociais, são os instrumentos capazes de enfrentar os desgovernos de Jair Bolsonaro e seus parceiros ultraconservadores. No dia 18 de março nos juntaremos a professores, técnicos e estudantes numa grande greve nacional em defesa dos serviços públicos. Nossa luta transpassa barreiras – é internacional! Somos anticapitalistas e anti-racistas! Nossa luta contra a desigualdade de gênero se combina com a luta contra a destruição predatória das nossas riquezas naturais, a exploração do trabalho, e a colonização dos povos. Se fere nossa existência seremos resistência! Neste dia internacional das mulheres convidamos todas as mulheres a se somarem a essa mobilização permanente, até que todas sejamos livres!

Ninguém solta as mão de ninguém!

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