Governo reafirma a venda de estatais como parte de seu projeto destrutivo para o país
Notícia publicada dia 22/08/2019 00:36
Chamou os holofotes da mídia para dizer que estuda privatizar 17 empresas públicas, entre elas os Correios e outras vitais para a economia, a soberania e a segurança na nação e de seu povo!
O governo Bolsonaro quer convencer os brasileiros de que vender estatais é bom para o país e para a retomada do crescimento econômico. Assim como insiste em defender que a desintegração da legislação trabalhista, de direitos dos trabalhadores e da justiça do trabalho são meios de dar maior liberdade para os empresários investirem e, com isso, incentivar a economia.
Essas ideias não são novas. São parte da receita neoliberal, ou seja, do projeto internacional do empresariado para conter a queda das suas taxas de lucro, que se aprofunda desde os anos 80. Há décadas vem sendo aplicada no Brasil e teve momentos de destaques como a abertura do mercado ao capital estrangeiro promovida pelo governo Collor, as privatizações de FHC, a reforma trabalhista de Temer e, agora, a reforma da Previdência e inúmeras outras iniciativas desastrosas e desestruturantes do atual governo.
A diferença está na irresponsabilidade, na brutalidade, na raiva, na pressa e na gana do governo Bolsonaro em promover mudanças que favorecem os empresários e ampliam a concentração de riquezas num país que já é um dos mais desiguais do planeta.
Entregar tudo aos empresários!
Esse governo quer vender estatais para ampliar as fontes de lucro da iniciativa privada. Até presídios quer colocar nesse rol, o que põe luz sobre a desfaçatez com que promove a violência, o armamento da população e o encarceramento. Ou com que anuncia licitação para entregar a empresários a responsabilidade de monitorar a Amazônia, incluindo o desmatamento que parte deles pratica para liberar terras ao agronegócio.
O país vive um momento delicado sob um governo irresponsavelmente entreguista que chama os holofotes da mídia para reafirmar sua política liberal desnacionalizadora. A quem serve um governo que apresenta como projeto para o país a entrega do patrimônio público a empresários nacionais e estrangeiros?
As privatizações pioram o desemprego, o que é terrível num momento em que mais de 13 milhões estão desempregados. Ao tomar o controle da empresa pública, empresários demitem funcionários para reduzir os já baixos salários e direitos.
Empresas lucrativas e estratégicas
As empresas que ele insiste em vender são viáveis e lucrativas, importantes para fortalecer o caixa do estado, cuja maior tarefa é atender o povo brasileiro, garantir direitos constitucionais, zelar pela segurança e promover a integração nacional.
Entre elas estão empresas estratégicas para o país e para o povo brasileiro, como a Telebrás, a Petrobrás e os Correios. Até a Casa da Moeda ele quer entregar nas mãos de empresários!
A empresa de Correios, além de lucrativa é vital para a integração e a segurança nacional. Ela não utiliza dinheiro público, sempre deu lucro e repassou dividendos aos governos.
É única empresa presente e que liga os 5.570 municípios do país. Atua em áreas como educação e saúde, entrega as provas do ENEM, livros didáticos, vacinas e medicamentos em todas as cidades. Nas eleições, sua logística viabiliza a chegada de urnas eletrônicas em todas as sessões no mesmo horário. Para atender todo o território, usa parte do lucro obtido nos maiores municípios para atender os mais de 5 mil que dão prejuízo. Isso, nenhuma empresa privada faz.
Privatizar os Correios só interessa ao governo e aos empresários que ele representa e querem dominar a área de entregas para ampliar seus lucros. Para a população vai trazer aumento de preços e restrição dos serviços, com abandono das entregas em cidades pequenas e periferias das grandes cidades, prejuízo e retrocesso no direito à comunicação e na estrutura econômica do país.
É ação de um governo que atua sob a ótica liberal privatista de um banqueiro suspeito de operações ilegais com recursos de fundos de pensão de estatais, como o Postalis, dos trabalhadores dos Correios. E que participou do processo de privatização da previdência no Chile e lucrou atuando na área de previdência privada.
Em defesa dos Correios
A importância dos Correios é realçada nas afirmações do governador do Maranhão, Flávio Dino, que representam as preocupações de todo nordeste, contra a privatização dos Correios devido ao papel de serviço público e social que cumpre na região. O Sintect-RJ, a FINDECT e os Sindicatos filiados estão em contato com os governadores e parlamentares, em busca de meios para fortalecer a luta em defesa do Correios públicos.
Os trabalhadores dos Correios não vão esmorecer na luta pela preservação do patrimônio nacional, contra a privatização dos Correios, e contam com o apoio de todos os brasileiros nessa batalha!