Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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Correios fecham agências e prejudica a população

Notícia publicada dia 06/11/2021 11:56

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Diante de agências lotadas e em péssimas condições de trabalho, Arnaldo Peres, Superintendente dos Correios no Rio de Janeiro, justificou o fechamento de 58 agências em todo o estado. Segundo o gestor, o encerramento das atividades se deu por conta das agências estarem sombreadas com outras. A declaração, que tentou de todo jeito mostrar que tudo “corre bem” nos Correios do Rio de Janeiro, foi feita em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, requerida pelo deputado federal do Solidariedade/RJ, Aureo Ribeiro. 

O SINTECT-RJ considera o argumento um absurdo, uma vez que são números que mascaram uma realidade da piora da qualidade do atendimento à população. As agências comunitárias são importantes, mas não substituem uma agência própria dos Correios. Elas são um suporte importante para os Correios, mas por suas limitações, não conseguem oferecer a quantidade de serviços que uma agência própria oferece. Assim, é falso o argumento de que hoje os Correios têm mais atendimento, a prova disso são filas gigantescas e objetos postais até o teto das agências, que não suportam mais as cargas de atendimento. 

Para Andrea Garcia, Secretária de Aposentados e Anistiados do Sindicato, representante do Sindicato na audiência, o problema é grave por se tratar de piora no serviço à população. “As Agências comunitárias e as franqueadas não fazem os serviços que não geram lucro ou são complexos demais, como por exemplo uma exportação. Sou atendente e sei muito bem a diversidade de serviços de uma agência própria para uma franqueada ou comunitária. Uma jamais será substituída pela outra,” destacou a sindicalista para os parlamentares e para o Presidente dos Correios, Floriano Peixoto presente na audiência.

Péssimas condições de trabalho, geram piora no atendimento 

Segundo Andrea, os atendentes das agências sofrem com o desvio de função, fruto do acúmulo de tarefas, que é resultado da redução dos distritos de entregas, muitas das vezes em locais que não são áreas de risco, e também pelo fechamento dos Centros de Distribuição Domiciliar. “As agências ficam mais do que lotadas e entupidas de objetos postais, as encomendas são encaminhadas para AC’s, com isso os atendentes passam a fazer serviço dos carteiros,” a sobrecarga de trabalho tem ocasionado diversas doenças funcionais, que reduz ainda mais o contingente para o trabalho, provando de uma vez por todas que o fechamento de agências não melhora em nada o serviço para a população. 

“É falso o argumento de aumentar o desempenho operacional e também da lucratividade das agências. Uma das agências fechadas, Afonso Cavalcanti, atendia no Centro do Rio de Janeiro, com um faturamento maior que os Correios no estado do Acre. Uma região de alto volume de negócios só com duas agências, praticamente inviabiliza um serviço fundamental dos Correios,” denuncia.

Na audiência, que teve a participação de representantes das federações, sustentaram os desafios feitos pela diretora Andrea, ao final o Deputado Áureo questionou diretamente ao presidente dos Correios, que a atual situação da empresa ao final não seria uma mancha no currículo do gestor. Além disso, o parlamentar questionou sobre a necessidade de apresentação de um plano de abertura de agências no Rio de Janeiro, realização imediata de concurso público e melhoria nas condições de trabalho. 

O presidente do SINTECT-RJ, MArcos Sant’aguida parabenizou a participação da diretora Andrea Garcia, e destacou necessidade de enfrentar o desmazelo com que a gestão dos Correios tem tratado a empresa com vistas a cumprir a meta de Bolsonaro de privatizar a empresa. “Além de não abrir uma discussão com os trabalhadores, que sofrem diretamente com a precarização dos serviços dos Correios, a gestão da empresa só fechou unidades com o objetivo mesmo de privatizar a empresa. Os trabalhadores não vão compactuar com esse pacto que só atende aos interesses privados,” destacou o presidente do Sindicato, Marcos Sant’aguida.

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