Correios do Rio de Janeiro caindo aos pedaços revolta trabalhadores
Notícia publicada dia 18/07/2023 12:03
As unidades dos Correios no Rio de Janeiro já não suportam mais o estado deplorável que se encontram as unidades. Até mesmo os gestores reconhecem a situação lastimável dos locais de trabalho, mas sem qualquer ação para reverter o problema. “A situação é grave, os trabalhadores e a direção do SINTECT-RJ tem muita esperança de que com a mudança de governo as coisas iriam melhorar, mas isso não aconteceu. O que estamos vendo é uma gestão paralisada e sem qualquer atitude para resolver os problemas que são empurrados de um lado para outro e mal resolvidos. Para piorar, o SE Leonardo intervém no movimento sindical e ainda comete práticas sindicais. Os trabalhadores do Rio de Janeiro merecem respeito, por isso não é atoa que estão revoltados,” destacou o presidente.
Em função do abandono, os Correios do Rio de Janeiro hoje tem duas unidades fechadas, uma em greve e seis em estado de greve. O CDD São José do Barreto foi fechado pela Justiça do Trabalho por falta de condições de trabalho. Já o CDD Nilópolis foi fechado pela Vigilância Sanitária em função de um vazamento de esgoto para dentro da caixa d’água. Os trabalhadores tiveram que entrar em greve, porque a gestão insistia que a unidade continuasse trabalhando. Para piorar, mesmo com os trabalhadores em greve e o sistema de hidráulico da unidade todo comprometido, a gestão ainda enviou uma equipe de trabalhadores de outras unidades para continuarem o serviço. A unidade só parou com a intervenção da vigilância sanitária.
A situação do CDD São Pedro da Aldeia é caótica, a unidade é reconhecidamente uma das piores em condições de trabalho do país. Mesmo assim, os trabalhadores atendendo a um pedido da gestão da empresa que se comprometeram em alugar um novo imóvel para transferir a unidade conforme um cronograma de ação proposto pelos gestores. Ao final do prazo, a gestão nada tinha avançado para locação do imóvel. Em greve, os trabalhadores ouvem os gestores da empresa apresentarem um problema diferente a cada semana para assinar o contrato de locação do imóvel. Já descredibilizados pelos trabalhadores, a gestão tenta fazer com que eles retornem ao trabalho na unidade caótica sem qualquer previsão da assinatura do contrato, que eles mesmo se comprometeram em assinar.
Para agravar a situação da unidade São Pedro, um dos gestores informou que o SE Leonardo aguarda providências da presidência dos Correios para resolver a questão. Os trabalhadores explicam que o primeiro gestor que apresentou o cronograma garantiu que ele mesmo resolveria o problema, com o aval do SE Leonardo. Agora, o SE Leonardo diz que o acordo nunca poderia ter sido feito com os trabalhadores, por fim, ninguém quer se comprometer em resolver a questão da unidade, que agora é segundo Leonardo Ogélio é um problema do presidente dos Correios. Só quem paga por isso são os trabalhadores.
A situação dos imóveis é tão dramática que o CDD Praça do Gado foi despejado pelo proprietário e os trabalhadores cumprem jornada no CDD Santa Cruz, que não comporta todos os trabalhadores. Nem mesmo prédios históricos escapam do desalento. Na AC Petrópolis, o mato cresce pelas paredes e a infiltração à mostra, num prédio totalmente abandonado construído ainda no império. Já AC Centro, a fachada desabou colocando em risco trabalhadores e pedestres, no total desleixo num prédio do centro histórico do Rio de Janeiro.
O descaso com a situação dos trabalhadores do Rio de Janeiro é gigantesco, gestores chegam até mesmo a manipular os SD para que haja superávit de trabalhadores nas unidades. Como é o exemplo da denúncia feita pelos SINTECT-RJ da maquiagem feita no CEE Laranjeiras do SD, reconhecido pelo próprio gestor da unidade que não existe tal quantidade de funcionários que sofre qual a falta de trabalhadores, mas aparece um superávit de quase o dobro de funcionários. Com isso, os trabalhadores que estão nas unidades manipuladas sofrem com a quantidade absurda de cargas e distritos completamente surreais.
Segundo o presidente do SINTECT-RJ, hoje são seis unidades que estão em estado de greve, todas reclamam condições de trabalho, falta de pessoal e SDs que estão completamente fora da realidade. “Tudo isso que acontece aqui no Rio de Janeiro sem qualquer atitude da gestão de tentar resolver o problema. Nem mesmo os SD suspensos na Mesa Nacional Permanente de Negociação foram revistos. Literalmente, os trabalhadores do Rio de Janeiro que se organizaram em todo o estado para eleger Lula, agora se revoltam com a paralisia da gestão dos Correios no Rio de Janeiro.
Além das unidades paradas, ainda mais seis unidades (CDD’s Duque de Caxias, Nilópolis, Itaperuna, Recreio, Itaipu e Itaipava) estão em estado de greve, além do CDD Jacarepaguá também decretará já na próxima quarta. Além disso, dezenas de ofícios do Sindicato a gestão dos Correios comunicam permanentemente os graves problemas das unidades, a grande maioria deles sem qualquer tipo de retorno.