É preciso mostrar um Brasil que as pessoas não querem ver
Notícia publicada dia 21/03/2022 12:21
“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública” Este é o artigo primeiro da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a eliminação da discriminação racial.
Um parágrafo simples que deveria ser tranquilamente seguido por todos, mas infelizmente não é. Uma triste realidade no país em que mais da metade da população é negra. As taxas de homicídios de negros e negras no Brasil crescem a cada ano. Sem falar do verdadeiro genocídios dos nossos indígenas diariamente chacinados no País que tem um presidente que quer tomar suas terras.
No dia Internacional pela eliminação da discriminação racial é preciso mostrar o Brasil que as pessoas não veem. Um país em que o povo preto tem levantado sua voz contra a tirania do racismo estrutural em nossa sociedade. Em que, através da luta antirracista as conquistas vão surgindo como a Constituição Democrática e Cidadã de 1988, a instituição da lei de cotas e também das políticas bem sucedidas de promoção da igualdade racial. Em que pese o retrocesso do Governo Bolsonaro, o combate ao racismo vai se espraiando por toda a sociedade, criando um lastro generoso de cidadania e solidariedade.
Ao passo em que movimento antirracista vai ganhando adeptos, grupos racistas, conservadores e, até mesmo ultra-conservadores crescem a cada dia e ganham grande repercussão midiática, facililtados pela mão facista de Bolsonaro. As injúrias raciais são cada vez mais explícitas, as agressões físicas e os assassinatos com motivação racial levam a morte milhares de negros e negras em nosso país. Quando não são assassinados mortos pela fome e o descaso com a saúde.
Mesmo contra todo esse sistema de opressão, negros e negras vão lutando contra a maré e garantindo seu espaço para manter sua cultura e se libertar das amarras do racismo estrutural. As oportunidades criadas pelas políticas de igualdade trazem a cada dia mais e melhores histórias de sucesso.
Pensando nessa realidade que o secretário da questão racial do SINTECT-RJ, José Ricardo (Poeta), no dia internacional pela eliminação da discriminação racial, convidou companheiros ecetistas Alexandre Moraes, Gláucio e Joel Arcanjo para conversarem sobre os dilemas dos trabalhadores diante de um racismo estrutural em nosso país. O Papo de Preto – Grito de Liberdade acontece hoje às 19h30 na página do Sindicato no Facebook.
“O SINTECT-RJ está junto nesta luta que é de todos nós. A luta contra o preconceito racial que junto com a luta contra o machismo marcam nossa posição contra a opressão e a violência em nosso país. O povo preto quer paz, oportunidades e respeito e nós do Sindicato estamos nessa luta. Vamos juntos, contra o racismo e pela vida,” finaliza José Ricardo.