No Dia Mundial da Saúde, Brasil vive pior momento da história e tem mês com mais mortes
Notícia publicada dia 07/04/2021 12:25
● O país chega a 13 milhões de casos e 337 mil mortes por COVID nesse 7 de abril de 2021, 4.195 mortes nas últimas 24 horas, o Dia Mundial da Saúde que, em vez de celebração, dá lugar à triste e revoltante constatação de que a saúde e a vida da população não são as prioridades dos mandatários eleitos para garantir o melhor para todos!
● Por isso, em vez de celebração, tem-se o lamento pela situação em que o país se encontra e a luta em defesa da saúde e da vida de todos e vacinação prioritária para os ecetistas!
Um dia pela saúde e pela vida
Conscientizar os cidadãos sobre a importância da preservação da saúde, por mais qualidade de vida, é o principal lema para a fixação desse dia na agenda internacional da Organização Mundial da Saúde – OMS.
Em 1946, logo após a destruição e a matança de 85 milhões de pessoas na 2ª guerra Mundial, por balas, genocídio e doenças, essa Organização se preocupou em propor um conceito para ampliar a ideia do que seria estar saudável. Definiu então que “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
O Dia Mundial da Saúde foi criado após essa conceituação pela OMS, em 1948, para alavancar uma campanha permanente de conscientização nas populações. A partir de 1950 passou a ser celebrado oficialmente no dia 7 de abril.
Celebração da morte?
É quase inacreditável que 73 anos depois, e com os enormes avanços e conquistas da ciência e da medicina nesses anos, o Brasil vivencie em 2021 o pior momento de sua história em termos de contágio e mortes por uma doença.
Virou letra morta a determinação do artigo segundo da Lei nº 8.080, de 1990: “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.”
O que os brasileiros vivenciaram com a chegada do novo coronavírus e da pandemia por ele provocada foi uma avalanche de absurdos: negação do perigo do vírus e da gravidade da doença (gripezinha), preservação da economia acima da vida, negação em adquirir vacinas e insumos, propaganda pelas autoridades de tratamentos com eficácia negada pela OMS e com efeitos colaterais graves, erros, omissões e irresponsabilidade que provocaram falta de oxigênio, de seringas e de medicamentos para intubação de pacientes, entre outros absurdos escandalosos e estarrecedores.
O sucateamento da saúde e a falta de investimentos veio à tona. Mesmo assim o SUS está salvando a população, atendendo cerca de 75% dos doentes. O sistema privado de saúde, acessível a 25% está população, também está mostrando seus limites e entrou em colapso devido à ação criminosa dos governantes. No momento, doentes morrem nas filas para as UTIs em praticamente todo o território.
Trabalhadores dos Correios estão expostos à contaminação
Os países que melhor lidaram com a pandemia apostaram no isolamento social e na garantia de renda para a população. Como a Nova Zelândia, com 2.500 casos e 26 mortes.
No Brasil negam-se as evidências mostradas pela experiência desses países. Mesmo governadores e prefeitos que aprovaram tardiamente restrições de locomoção e até lockdowns, falharam na comunicação, ignoraram a conscientização e sobretudo que sem auxílio e garantia de renda, é quase impossível convencer as pessoas a se preservarem, ainda mais com o governo federal pregando o contrário e num dos países mais desiguais do planeta.
Numa prova de que os governantes estão sob o guarda-chuva do poder econômico, quase todos os setores foram colocados no rol de serviços essenciais pelos governos, obrigando milhões de trabalhadores a manterem deslocamentos em transporte público lotados e atividades presenciais.
Entre elas está o serviço postal, o que obrigou os ecetistas a trabalharem toda a pandemia em unidades mal estruturadas e desaparelhadas, sem sequer ter direito ao isolamento social, a segurança e a garantias para a preservação da saúde e da vida, em meio a outros fatores óbvios de contaminação, proliferação do vírus e mortes.
Como a manipulação de objetos, a circulação pelas ruas e contato com milhares de pessoas diariamente, a falta de afastamentos e desinfecção de setores em caso de contaminação de trabalhadores e outros malefícios do negacionismo da direção militar da empresa, que só toma medidas quando obrigada pela justiça, ainda assim parciais e pontuais.
Por isso a FINDECT e os Sindicatos filiados está na luta em defesa da saúde e da vida, por vacinação prioritária para os ecetistas, afastamento e fechamento de unidades em caso de contaminação, reconhecimento da COVID como doença do trabalho e emissão de CAT, e chama toda a categoria a fortalecer a luta!