Encontro de Fabiano Silva e Guilherme Campos mostra duas faces da mesma moeda
Notícia publicada dia 05/09/2024 15:17
O encontro divulgado nas redes sociais entre o atual presidente dos Correios, Fabiano Silva, e o ex-presidente Guilherme Campos reacende memórias de gestões marcadas por descaso e prejuízos aos trabalhadores, destacando a continuidade de práticas que penalizam a categoria ecetista.
Nesta quinta-feira (5), o presidente dos Correios, Fabiano Silva, se reuniu com o ex-presidente da estatal, Guilherme Campos, em um encontro que deveria discutir estratégias para ampliar a logística dos Correios no setor agropecuário. Entretanto, essa reunião trouxe à tona recordações sombrias da gestão de Campos, quando medidas severas e prejudiciais aos trabalhadores dos Correios foram adotadas sob o governo Temer. O que se vê hoje é que a gestão de Fabiano Silva segue o mesmo caminho, perpetuando o desrespeito aos direitos conquistados pela nossa categoria.
Guilherme Campos, em sua gestão de 2017 e 2018, foi responsável por decisões desastrosas para os ecetistas. Ele não apenas suspendeu as férias de todos os trabalhadores, mas também foi ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para impor mensalidades abusivas no Plano de Saúde, afetando diretamente o bolso e a saúde de milhares de trabalhadores. Além disso, excluiu pais e mães do plano, demonstrando um desprezo pela dignidade e bem-estar da classe trabalhadora. Enquanto isso, a cúpula dos Correios, na época liderada por Campos, não hesitava em gastar recursos com viagens internacionais luxuosas para vice-presidentes e assessores, uma afronta aos trabalhadores que viam seus direitos sendo retirados em nome de uma “crise” que só penalizava a base.
Agora, com Fabiano Silva à frente dos Correios, a história se repete de outra forma, mas com o mesmo impacto. Em 2023, ele assinou um Acordo Coletivo cheio de inconsistências, que trouxe enormes prejuízos para os trabalhadores. A gestão atual não tem cumprido o que foi acordado em mesa de negociação, nem respeitado as decisões mediadas pela Justiça. Um dos pontos mais críticos é o não cumprimento da redução no custeio do Plano de Saúde, prometida no acordo de 2023, mas que até agora não foi implementada, sobrecarregando os ecetistas com mensalidades e coparticipações elevadas e injustas.
Além disso, Fabiano Silva continua a falhar em outros compromissos fundamentais, como a realização do tão esperado concurso público para os Correios. Esse concurso, previsto desde o ano passado, deveria ser anunciado em uma reunião com as federações, trazendo alívio para a sobrecarga nas unidades e possibilitando a contratação de novos trabalhadores. No entanto, até agora, nenhuma data foi confirmada, e a incerteza permanece se, em 2024, haverá novas contratações, enquanto os ecetistas seguem trabalhando em condições precárias, com falta de pessoal e infraestrutura.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (SINTECT-RJ) não pode deixar de denunciar essa continuidade prejudicial que se arrasta entre gestões, que, mesmo com nomes diferentes, mantêm a mesma linha de desrespeito aos trabalhadores. A reunião entre Fabiano Silva e Guilherme Campos é símbolo de uma política que favorece interesses políticos e financeiros, em detrimento dos direitos da nossa categoria.
Na gestão de Campos, a terceirização dos Correios foi intensificada, enfraquecendo a empresa pública e precarizando as condições de trabalho. Hoje, vemos Fabiano Silva repetindo os erros do passado, mantendo a mesma cartilha de desvalorização dos trabalhadores, que são os verdadeiros responsáveis por manter a empresa funcionando, mesmo diante de tantos desafios.
Por isso, o SINTECT-RJ reafirma seu compromisso de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores dos Correios. Não vamos aceitar que essa continuidade de gestões desastrosas siga prejudicando a nossa categoria. Fabiano Silva, assim como Guilherme Campos, são duas faces da mesma moeda: indivíduos que colocam os interesses de poucos acima do bem-estar dos muitos que realmente carregam a ECT nas costas.
A luta continua, e o SINTECT-RJ está ao lado dos ecetistas para garantir que os direitos da categoria sejam respeitados. Não vamos recuar! O futuro dos Correios deve ser construído com respeito, dignidade e justiça para os trabalhadores!