Manobra anti-sindical: Secretário-geral da FENTECT quer tirar o poder das assembleias e entregar à empresa
Notícia publicada dia 09/09/2024 10:38
Uma grave tentativa de enfraquecimento da representatividade sindical está em curso. O secretário-geral da FENTECT divulgou recentemente um comunicado propondo que a decisão sobre o pagamento antecipado do Ticket Peru seja feita diretamente pelos Correios, consultando os trabalhadores. Isso vai na contramão de tudo o que foi conquistado até agora, colocando em xeque o papel das assembleias e das entidades sindicais na luta pelos direitos da categoria.
Vale lembrar que, no último dia 21 de agosto, em uma mediação no TST, foi discutida a antecipação do pagamento de dezembro para setembro de 2024, obtida graças à ação firme dos sindicatos filiados à FINDECT e da greve da categoria. No entanto, ao invés de respeitar essa conquista, o secretário-geral da outra federação age de forma contraditória e propõe uma consulta que ignora as assembleias, tentando transferir essa responsabilidade diretamente para a empresa.
Essa atitude é nada menos que uma prática anti-sindical. O artigo 8º da Constituição Federal garante aos sindicatos o papel de representatividade dos trabalhadores, sendo eles os interlocutores legítimos com a empresa. Ao propor que essa decisão seja feita diretamente pelos Correios, o secretário-geral da FENTECT está, na verdade, retirando dos trabalhadores o direito de decidir suas demandas por meio de seus sindicatos e assembleias, minando a força coletiva da categoria.
O mais alarmante é que esse comportamento vem de um dirigente sindical, que deveria justamente defender a autonomia dos sindicatos e a força das assembleias. Ao sugerir que a decisão sobre o Ticket Peru seja feita diretamente pela empresa, ele desconsidera o trabalho árduo e as conquistas históricas obtidas pelas entidades sindicais, que sempre agiram em nome da defesa dos trabalhadores.
A pergunta que fica é: por que o secretário-geral da FENTECT está com medo das assembleias dos trabalhadores? O que justifica essa tentativa de esvaziar o poder das entidades sindicais e transferir decisões tão importantes para a empresa, tirando dos trabalhadores o direito de decidir por meio de seus sindicatos?