SINTECT-RJ fez valer a justiça contra o negacionismo bolsonarista nos Correios do Rio

Notícia publicada dia 23/03/2022 18:58

“A diretoria do SINTECT-RJ acertou e manteve o parecer do departamento jurídico do Sindicato que orientou aos trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro seguirem o que determinava o protocolo de segurança na pandemia do COVID-19, que garantia o trabalho remoto para os companheiros em unidade com casos comprovados de contaminação pelo coronavírus. A empresa se recusou a acatar a decisão, operando um dos casos mais criminosos de negação da justiça, da ciência e da proteção à vida. Ameaçou todos os trabalhadores que defenderam a segurança da sua saúde. A justiça já se manifestou e foi uma vitória maiúscula da luta em defesa dos direitos e da saúde do trabalhador,” comemora o diretor do Departamento Jurídico do Sindicato Fagner Lopes.

Fagner destaca que o Ministério Público Federal tem que fazer o que é de direito contra as práticas de negacionistas desses gestores que desafiaram a lei e colocaram trabalhadores e seus familiares em risco de vida. “A Juíza determinou que o MPF seja oficiado e que tomasse as medidas cabíveis, não podemos mais permitir que gestores façam com os trabalhadores coisas absurdas como foram feitas durante a pandemia. Um momento em que todos estavam assustados temendo pela sua vida e de seus familiares. Enfim, é preciso pôr um freio à impunidade de gestores inconsequentes,” destaca o dirigente.

Na sentença, a Juíza Nelie Oliveira Perbeils publicada hoje (23), reconheceu o erro da empresa em descontar ou subtrair dos trabalhadores que estavam em trabalho remoto, assim como o RSR. Nesse episódio vários trabalhadores receberam telegramas da empresa obrigando-os a retomar o trabalho na modalidade presencial, sob pena de severas punições. O Sindicato na época emitiu nota orientando os trabalhadores a seguirem o protocolo e preservarem a sua saúde e a de seus companheiros de trabalho.

Para agravar o quadro negacionista dentro da empresa, os gestores passaram a recusar os testes de trabalhadores positivados, principalmente os testes rápidos. A juíza agora obrigou a empresa a aceitar todos os atestados médicos, incluindo todos os testes, como também os rápidos. No mesmo caso, a juíza determinou a eliminação dos requisitos impostos pela empresa  e a aceitação dos atestados médicos dos empregados do grupo de risco para continuarem em trabalho remoto e que não deveriam voltar para o trabalho presencial.

Fagner Lopes destaca que essa foi uma vitória importantíssima contra os gestores de Bolsonaro nos Correios e suas políticas negacionistas que tentam manipular a justiça do trabalho e o judiciário brasileiro. “Não existe nenhum motivo, que não seja simplesmente má fé, para a empresa recorrer dessa decisão. Respeitem os trabalhadores, a justiça e a nossa democracia. Sem eles, o Brasil não tem qualquer razão para existir. Chega de enrolação e pague imediatamente o que é devido para os trabalhadores,”