Pauta de Reivindicações conjunta é recebida com frieza pela direção da ECT
Notícia publicada dia 18/06/2019 17:25
As Federações FINDECT e FENTECT entregam a Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial Unificada 2019 e já sentiram a falta de disposição do governo ao diálogo, o que indica uma Campanha Salarial das mais difíceis, que só será vitoriosa com a muita unidade, disposição de luta e mobilização da categoria.
A pauta foi entregue a funcionários da empresa, sem a presença do Presidente ou de Vices-presidentes e sem registros fotográficos. Ou seja, já começou com má vontade e distanciamento e mostrou que essa campanha se dará de forma excepcional.
A categoria ecetista sempre enfrentou dificuldades nas Campanhas Salariais. Todas as conquistas alcançadas ao longo da história vieram com muita luta e enfrentaram repressão, retaliações e demissões.
Mas o autoritarismo do atual governo impõe um nível superior de organização aos trabalhadores como pressuposto para entrar na luta em condições de não sair perdendo e terminar vencendo.
Os conteúdos das pautas entregues pelas duas federações da categoria estão o mais próximo possível. E a disposição para a negociação, a mobilização e a luta conjunta é total. A gravidade do momento exige que qualquer diferença seja esquecida em nome da unidade na luta.
A Diretoria do SINTECT-RJ convoca todos os trabalhadores a iniciarem os debates e a organização em todos os setores, pois a data-base está próxima (1º de agosto). Dialogar, explicar, convencer todos a participar é a exigência imediata!
Impedir a privatização é prioridade!
O General Juarez Cunha é, segundo o governo, ex-presidente dos Correios porque se comportou como “sindicalista”. Mas ele ainda está em atividade e fez uma audiência para trabalhadores da empresa nessa segunda, 17/06, na sede da ECT em Brasília.
Ele vinha defendendo os Correios contra a privatização com argumentos sólidos, com dados e estatísticas, embora tenha defendido a venda de ações para capitalizar a empresa, o que no fundo é uma forma de privatizar.
Na audiência de segunda ele mudou o tom. Disse que a privatização vai ocorrer porque foi uma promessa de campanha do governo e ele vai cumprir. Também disse que fazer uma greve só pioraria a situação, o que indica intenção de desmobilizar e manter a categoria sob controle.
Chegou a indicar como seria o processo de privatização. Usou o gigantismo da empresa e as barreiras constitucionais para dizer que seria um processo longo. E disse para o pessoal ter calma, não se afobar e colaborar ao máximo para que a empresa cresça e não dependa do governo, pois isso seria considerado no processo de privatização.
É evidente que o Governo Bolsonaro está em crise e precisa mostrar ação e resultados. E que elegeu a Privatização dos Correios como uma forma para tentar se salvar. Mas a postura do (ex) presidente da ECT significa que mudou de posição? Ou ele estaria num jogo de cenas, em que seu papel é fazer os ecetistas aceitarem calados a privatização, perda de direitos e até dos empregos?
São dúvidas que precisam ser esclarecidas. O mais importante é que, com o General ou com outro presidente, a Campanha Salarial será complicadíssima e o processo de privatização seguirá e deve ser aprofundado.
Há muita luta pela frente, portanto, e a organização e união da categoria são fundamentais para enfrentar as dificuldades e pensar em vitórias.
Clique AQUI e visualize a Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial 2019/2020
Após a entrega da Pauta, Ronaldo Martins, Presidente do SINTECT-RJ analisa a conjuntura e alerta os trabalhadores para os principais desafios da Campanha Salarial 2019. Assista.