Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

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Redução de impostos sobre alimentos favorece produtores e não reduz preços

Notícia publicada dia 25/05/2022 10:31

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Medida demagógica do governo tenta passar a ideia de que ele está combatendo o principal problema dos brasileiros hoje, que é inflação e a alta generalizada dos preços que tira a comida da mesa dos brasileiros, mas ele está apenas favorecendo os empresários, mais uma vez!

O governo anunciou uma redução de 10% nas alíquotas do Imposto de Importação sobre grande parte dos produtos comprados no exterior.
Entram na lista cerca de 6 mil mercadorias, incluindo feijão, carne, massas, biscoitos, arroz, materiais de construção e outros. A redução começa em 1º de junho e terá validade até 31 de dezembro de 2023.

Segundo o Ministério da Economia, a medida visa a “reduzir os impactos decorrentes da pandemia e do conflito na Ucrânia sobre o custo de vida da população e preços de insumos do setor produtivo”.

A inflação não será reduzida, mas as empresas ganharão mais

A inflação passou os 12% e a dos alimentos chega a 13,5%. Os preços estão subindo mais que as correções dos salários. A cesta básica consome uma parcela cada vez maior do ganho mensal. A renda e o poder aquisitivo do trabalhador despenca sem parar.

A inflação nesse patamar é um problema grave que acaba prejudicando mais ainda os humildes e necessitados, agravando muito os problemas socioeconômicos da população.

Já não dá para fazer muito com o dinheiro, que não chega ao final do mês. Comprar produtos supérfluos ou de maior qualidade é um luxo a que os trabalhadores perderam acesso. A sobrevivência está mais cara que as possibilidades da maioria da população.

Dizer que o problema por trás disso é a pandemia ou a guerra na Ucrânia são desculpas de um presidente que não trabalha, de um governo ineficiente que travou a economia do país e não tem ideia de como retomar o crescimento, nem vontade política para isso.

Apenas combater pontualmente o aumento de preços, com diminuição de impostos, não basta e não resolve. Só atende interesses imediatos de empresário dos setores de produção e de comercialização. Esse vão aumentar suas margens de lucro imediatamente. E não vão diminuir os preços nem repassar os benefícios para a população.

O problema está nas decisões e políticas do governo

O que está por trás da inflação? Em primeiro lugar o preço alto do dólar, que só cai se o governo decidir agir para isso.

O dólar alto incentiva os produtores internos a vender para o exterior, em dólar, para ganhar na conversão para o real mais do que conseguiriam se atuassem para o mercado interno.

A Lei Kandir entra nessa conta, pois isenta de impostos as exportações de produtos primários e semielaborados, ou seja, não industrializados. São dois incentivos para exportar, portanto.

Com a produção voltada ao mercado externo, é preciso importar produtos para suprir o mercado interno. Esses produtos são comprados em dólar, inflacionando o mercado na conversão em real.

A alta dos combustíveis piora tudo. O gás de cozinha e encanado, que ninguém fica sem, aumentou cerca de 35%. O óleo diesel aumentou 54%, índice próximo da gasolina, jogando todos os preços para cima num país em que o transporte de alimentos e demais produtos é completamente dependente dos caminhões.

É possível mudar a política de preços dos combustíveis. Num país como o Brasil, que é autossuficiente na área de petróleo, não há obrigação nem faz sentido manter o alinhamento aos preços internacionais.

Mas é preciso vontade política para mudar. O que faz os atuais governantes? Atacam a Petrobrás e mudam sua direção, quando qualquer decisão deve partir do acionista majoritário, que é justamente o governo brasileiro.

Para mudar a situação é preciso, antes de tudo, eleger um governo comprometido com os direitos dos trabalhadores e da população mais pobre. Essa é a tarefa colocada para todos os trabalhadores e seus Sindicatos no momento!

Fonte: Findect

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