Nota de repúdio do SINTECT-RJ às declarações do secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar
Notícia publicada dia 02/12/2019 15:19
Resposta ao secretário Salim Mattar, entrevistado no programa Pânico, na última quinta-feira (28).
O SINTECT-RJ, a FINDECT e os 100 mil trabalhadores dos Correios tornam público seu sentimento de incredulidade e reprovação diante das declarações inverídicas, equivocadas e inepta do Secretário de desestatização, Salim Mattar, em particular no trecho que se refere à redução do efetivo de trabalhadores e da “ineficiência” da empresa pública de Correios.
Sua fala insipiente revela o total e absoluto desconhecimento da importância da maior e mais antiga empresa pública brasileira. Não custa lembrar que se não fosse pelo trabalho de excelência da empresa e dos trabalhadores dos Correios – única estatal pública presente em todos as 5570 cidades – serviços sociais e fundamentais como da logística das provas do ENEM, entrega de livros didáticos às escolas públicas, urnas eleitorais durante as eleições e do Banco Postal, a população brasileira e os empresários estariam enfrentando sérias dificuldades para vender e receber seus produtos e manter seu direito à comunicação e integração.
Nosso repúdio também ao Presidente Bolsonaro por sua nomeação e pela postura que fere a soberania do país quando vai a público fazer declarações que não procedem e que só traz a desinformação ao povo sobre o serviço de Correios.
Em sua fala cita o fundo de pensão como argumento para privatizar os Correios, sendo que até hoje o governo e direção da empresa não cumpriram com o pagamento da RTSA, jogando a conta do déficit nas costas dos trabalhadores da ativa e aposentados, e não cita que o Ministro da Economia, Paulo Guedes é investigado por suspeita de usar uma de suas empresas para lucrar em cima do prejuízo de estatais e seus fundos próprios de aposentadoria complementar em mais de R$ 1 bilhão. Então, de quem é a culpa?
O secretário Salim Mattar, é dono de uma empresa beneficiária que conta com uma política tributária diferenciada no recolhimento de um imposto com forte impacto na sua atividade, o IPVA. Além dos incentivos fiscais, tem contrato milionário no governo de Minas Gerais e faturar com a uberização do trabalho. Foi o quarto maior doador das últimas eleições. Ele doou mais de R$ 2,9 milhões, distribuídos a 28 candidatos. Não é à toa que ele defende a entrega do patrimônio público ao empresariado e mercado financeiro.
Vivemos uma época difícil, onde o discurso de parte dos parlamentares é de desconstruir as conquistas do povo brasileiro e de suas garantias previstas na Constituição.
Por isso devemos manter atentos, mobilizados e preparados para lutar em defesa dos Correios Públicos, pela garantia do emprego e dos direitos.