20 de Novembro: Resistência e luta do povo negro no Rio de Janeiro
Notícia publicada dia 20/11/2024 11:16
A diretoria do SINTECT-RJ reforça a importância do combate ao racismo e reflete sobre os desafios sociais enfrentados pela população negra no Rio de Janeiro.
Em 2024, o Dia da Consciência Negra é celebrado pela primeira vez como feriado nacional, marcando um avanço significativo no reconhecimento da luta do povo negro por igualdade e justiça. A data, uma homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, vai além da comemoração. É um convite à reflexão sobre o racismo estrutural que persiste em nossa sociedade e um lembrete da força histórica da resistência negra.
No Rio de Janeiro, cidade marcada por profundas desigualdades, a população negra enfrenta desafios históricos e contemporâneos que demandam atenção e ação. O racismo, a desigualdade social e a violência são problemas que afetam diretamente a maior parte da população carioca, composta majoritariamente por negros.
A história da resistência negra no Brasil é rica em exemplos de coragem e organização. O Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi e Dandara, simboliza a luta por liberdade no período colonial. No entanto, outras figuras históricas também desempenharam papéis fundamentais nesse processo.
No Rio de Janeiro, o combate à escravidão e ao racismo teve personagens como José do Patrocínio, conhecido como “O Tigre da Abolição”, e André Rebouças, que usaram sua influência para promover a abolição e defender os direitos dos negros. O estado também foi palco de movimentos abolicionistas organizados por figuras como Adelina, a Charuteira, que, mesmo em condições adversas, desempenhou papel estratégico como informante dos abolicionistas.
Mulheres negras como Tereza de Benguela, que liderou o Quilombo de Quariterê no século XVIII, e Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira e autora de obras antiescravistas, demonstraram que a luta pela liberdade e igualdade atravessa séculos e segue viva.
Homens como Luís Gama, escravizado que se tornou advogado e libertou centenas de pessoas escravizadas, e Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, que liderou a recusa ao embarque de escravizados no Ceará, mostram que a luta pela dignidade negra sempre foi ampla e multifacetada.
Os desafios do presente no Rio de Janeiro
Embora o Brasil tenha abolido formalmente a escravidão em 1888, a desigualdade racial persiste como uma realidade cotidiana. No Rio de Janeiro, isso se reflete em indicadores alarmantes. A população negra é a que mais sofre com o desemprego, a falta de acesso à educação de qualidade e a violência. A política de segurança pública, frequentemente marcada pela repressão e pelo racismo, resulta em um número desproporcional de vítimas negras nas periferias da cidade.
Além disso, o acesso à saúde e à moradia digna segue limitado para a população negra, perpetuando ciclos de pobreza e exclusão. A ausência de políticas públicas efetivas e a falta de representação em espaços de poder continuam sendo barreiras significativas na luta por igualdade.
Compromisso com a igualdade e o combate ao racismo
Para o sindicato, o Dia da Consciência Negra é um momento de reafirmar o compromisso com a luta antirracista. Essa luta não se limita à celebração de uma data, mas exige ações concretas e permanentes em todos os âmbitos da sociedade.
A resistência do povo negro, seja nas ruas do Rio de Janeiro, nos quilombos históricos ou nas periferias do Brasil, é um exemplo de força e resiliência. Que Zumbi, Dandara, José do Patrocínio, Luís Gama, Maria Firmina dos Reis e tantas outras figuras nos inspirem a construir uma sociedade onde todos tenham as mesmas oportunidades e sejam respeitados em sua dignidade.
Juntos, seguimos lutando contra o racismo e pela construção de um futuro mais justo.