#SAIUNAMÍDIA – Correios insiste em tentar retirar direitos históricos da categoria
Notícia publicada dia 01/09/2016 17:43
Com a desculpa de crise financeira e necessidade de cortar gastos, a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tenta acabar com benefícios conquistados em campanhas salariais anteriores e impor enorme retrocesso na luta da categoria ecetista.
Os ataques aos direitos dos trabalhadores continuam sendo a base das propostas da ECT nas negociações desta Campanha Salarial. A intenção do presidente Guilherme Campos, nomeados pelo ministro Kassab, estão deixando claro que vieram para fazer o ecetista trabalhar ainda mais, ganhando menos e tendo menos direitos.
Na reunião de quarta-feira, 31 de agosto, a 8ª no atual processo de negociações, a Empresa apresentou ainda mais propostas de cortes e retrocessos.
Além das propostas já rechaçadas pela categoria, como a criação do Banco de horas, flexibilização da jornada de trabalho (com diminuição de salários e benefícios), fim da cláusula que garante a Entrega Matutina e tentativa de impor cobrança, ou coparticipações no Plano de Saúde, a Empresa apresenta mais uma lista de propostas contra os Trabalhadores.
“Apresentamos nossa pauta de reivindicações no início de julho. Lá estão as propostas de nossa categoria para o fechamento de Acordo Coletivo. Não negociaremos a retirada de qualquer direito ou benefício. Nossa posição é clara, na defesa dos 120 mil Trabalhadores e Trabalhadoras Ecetistas”, destaca o presidente do Sintect-SP, Elias Cesário, o Diviza.
A Federação Interestadual dos Trabalhadores em Correios (Findect), que representa os sindicatos de SP, RJ, TO, Bauru, RN, MA se recusou a negociar as propostas apresentadas.
“Não negociarem perdas e reduções de direitos e benefícios dos Trabalhadores. O movimento sindical dos Correios tem história, foram mais de 30 anos de lutas, desde as primeiras associações, posteriormente sindicatos e federações. Nosso Acordo Coletivo é exemplo da força de nossa categoria. Não aceitamos qualquer tipo de retrocesso”, completou o presidente da Findect, Gandara.
Veja abaixo quais as propostas, apresentadas pela empresa, consideradas ataques aos direitos da categoria:
– Imposição do banco de horas: mecanismo de aumentar a exploração do trabalhador
– Flexibilização da jornada de trabalho com redução de salário
– Redução do número de tickets (de 27 a 30 para 23 a 26)
– Aumento da coparticipação do vale alimentação (de 0,5%, 5% e 10% para 5%, 10% e 15%, a depender da faixa NM do trabalhador)
– Retirada do Vale Peru
– Retirada do Vale Cultura
– Redução de um ano de auxílio creche – benefício valia para filhos de até 7 anos de idade, agora querem passar para 6
– Plano de Saúde com mensalidade e retirada dos pais como dependentes, conforme a empresa deu a entender em sua apresentação
– Salário passa a ser pago no 5º dia útil, e não mais no último dia útil de cada mês.
– As multas de trânsito serão arcadas pelos trabalhadores motorizados
– Fim do parcelamento do adiantamento de férias
– Retirada do anuênio dos novos trabalhadores
– Exclui a cláusula do ticket em caso de afastamento
– Restrições às indenizações em acidentes de trabalho
– Exclui a cláusula da entrega matutina
– Corte do intervalo de 10 minutos de quem trabalha nos terminais computadorizados
– Ataque à organização sindical: sindicatos e federação com apenas dois liberados
– Fim da obrigatoriedade da emissão da CAT em caso de assaltos
– Fim do pagamento das consultas e medicamentos aos portadores de HIV
– Sem novo concurso público, e continua com o Plano de Demissão Voluntária – PDV