Mais da metade dos brasileiros presenciou uma violência contra a mulher
Notícia publicada dia 25/11/2021 10:08
“E você já presenciou alguma vez uma mulher sendo vítima de violência?” Questiona Débora Henrique, secretária de mulher trabalhadora do SINTECT-RJ diante dos dados apresentados pela pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”. Realizada pelo Datafolha em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostrou que 51,4% da população já presenciou um ato de violência contra a mulher.
“Acredito que esse número seja maior, uma vez que as pessoas acham que a violência é somente a agressão física. É preciso entender que existem vários tipos de violência praticados contra a mulher, que tem como base o machismo, ou seja, praticados por homens que impõe pelo uso da força ou da intimidação,” explica a diretora.
Os atos de violência praticados contra a mulher foram divididos em 5 tipos:
Física: Bater, empurrar, chutar, dar tapas, amarrar ou imobilizar;
Sexual: Obrigar a fazer sexo, práticas sexuais que você não quer, não usar preservativo, nega o direito ao anti-concepcional, pressionar;
Psicológica: Ameaçar, isolar, insultar, xingar, perseguir e humilhar;
Moral: Mentir sobre você, principalmente para outras pessoas, acusar de crime ou delito sem comprovação, praticar atos racistas.
Patrimonial e econômico: Não te deixa trabalhar, esconde suas coisas, principalmente as que têm valor, controla seu dinheiro, não te permite comprar certas coisas, destrói seus pertences, esconde seus documentos.
Segundo o estudo, 48,8% das agressões contra mulheres foram feitas dentro de casa, um aumento considerável, mesmo diante da pandemia. No entanto, o número pode ser ainda maior uma vez que o agressor ficou mais tempo perto da vítima, o que dificulta o registro de denúncia. Débora Henrique chama a atenção para outro dado da pesquisa. “Quase 10% dessas agressões foram feitas dentro do ambiente de trabalho por chefes, colegas de trabalho ou clientes. Esse número deve expressar bem o que passamos no cotidiano do trabalho aqui nos Correios. No entanto, não temos um número de quantas ecetistas sofreram violência dentro do ambiente de trabalho,” destaca a diretora.
“Além da pressão e o assédio, as trabalhadoras dos Correios ainda sofrem com as importunações. Muitas não se sentem seguras nem para fazer hora-extra pelo risco de ser assediada. A grande maioria engole as importunações porque precisa trabalhar, mesmo se sentindo severamente humilhada e com medo. As companheiras que fazem a denúncia, são ignoradas ou penalizadas pelas chefias. Isso tem que acabar!” Protesta a diretoria que acusa a gestão empresa de não ter um canal especial da empresa para tratar das questões do ambiente de trabalho para as mulheres nos Correios.
“Se trata de incompetência gestão. Empresas menores que os Correios já possuem políticas de valorização da mulher e de eliminação do assédio e da importunação sexual. Infelizmente os representantes do Governo Bolsonaro nos Correios, seguem à risca os mandamentos do presidente que já se mostrou machista e misógino,” finaliza.
Como denunciar?
O governo federal oferece os seguintes canais de denúncia:
- Disque 100
- Ligue 180
- Mensagem pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008
- Telegram, no canal “Direitoshumanosbrasilbot”
- Site da Ouvidoria do Ministério
- Aplicativo “Direitos Humanos Brasil” (para iOS e Android)
Fonte: G1, Fasubra, Compromisso e atitude