Nota de Repúdio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro
Notícia publicada dia 08/02/2022 18:00
A diretoria do SINTECT-RJ repudia veementemente a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro de criticar a política de valorização das mulheres profissionais de engenharia promovida pela empresa Acciona, que prioriza a contratação de mulheres para atuar em seus projetos de engenharia. A empresa entende que as mulheres são sempre preteridas no mercado de trabalho, por isso, se orgulha de valorizar as mulheres onde quer que elas desejem atuar nas suas carreiras profissionais.
A declaração do deputado desvaloriza as boas práticas empresariais de valorização não apenas das mulheres, como também do negros e negras de nosso país. “Todo mundo sabe que a mulher, na hora da disputa da vaga de emprego, em geral, precisa apresentar uma competência absurdamente maior que a do homem para ocupar um cargo de destaque, como por exemplo ser engenheira,” explica a diretora da mulher trabalhadora do SINTECT-RJ e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Débora Henrique.
Nesse sentido, Eduardo Bolsonaro, ao questionar a política de promoção da mulher feita pela Acciona, mostra sua aversão à presença de mulheres ocupando postos de trabalho e, principalmente, em cargos de destaque ou de direção. “Isso é misoginia. Ele esconde seu ódio pelas mulheres ao negar a violência e a opressão que somos submetidas pelo machismo,” denuncia a diretora.
Na sua declaração, Eduardo Bolsonaro tenta contrapor a política de valorização da mulher à questão da competência e do mérito profissional. “Na verdade, quando ele tenta associar o acidente no metrô de São Paulo ao fato da empresa ter uma política de valorização da mulher, ele esquece que a categoria de engenheiros tem menos de 20% dos cargos são ocupados por mulheres. Nesse sentido, deixa claro que a imensa maioria dos acidentes nas obras da construção civil acontecem em empresas comandadas por homens,” explica a diretora.
A diretoria do SINTECT-RJ reafirma seu compromisso com a luta das mulheres trabalhadoras por mais oportunidades e espaço no mercado de trabalho. O mesmo acontece com a nossa categoria de trabalhadores e trabalhadoras dos Correios em que as mulheres precisam, além de lutar em defesa do serviço postal universal e público, com um Correio estatal e de qualidade para todos, ainda tem que superar o machismo que as oprime todos os dias.