CTE Benfica: Mais uma tragédia anunciada
Notícia publicada dia 27/03/2018 13:56
Caixa com objetos para entrega pega fogo e coloca em risco a vida dos trabalhadores
Na manhã desta terça-feira (27), uma caixa lotada de objetos pegou fogo na unidade responsável por um fluxo de cerca de 100 mil encomendas diariamente. A situação precária de infraestrutura já foi denunciada diversas vezes pelo sindicato e a ECT não apresenta soluções. O alto risco foi constatado inclusive, pela Técnica em Segurança do Trabalho, Ana Letícia Weber. A especialista identificou – durante a visita realizada ontem-, muitas irregularidades na infraestrutura do Centro de Triagem e Encomendas que atende todo o estado do Rio de Janeiro.
A precariedade do local compromete o armazenamento dos objetos postais e prejudica a saúde do trabalhador. Entre os pontos analisados por Ana Letícia e pelos diretores do SINTECT-RJ, a sujeira, a temperatura elevada, a falta de iluminação adequada, a ausência de brigada de incêndio, além de higiene precária, equipamentos quebrados, contêiners sobrecarregados, entre outros graves problemas que comprometem a segurança do local. A Diretora Sindical, Rosemeri Leodoro, falou sobre a situação caótica.
“O sindicato realizou ontem, uma inspeção na unidade de Benfica, junto com Técnica em Segurança do Trabalho. Diversas irregularidades foram detectadas, entre elas, temperatura elevada, falta de iluminação adequada, a ausência de brigada de incêndio, além de higiene precária, equipamentos quebrados, contêiners sobrecarregados e muita sujeira”. De acordo com Rosemeri, o incêndio foi controlado porque a caixa estava em uma área externa. “Se aquela mercadoria tivesse dentro da unidade, superlotada, sem aparato de segurança nenhum, certamente seria uma tragédia maior ainda”, destacou.
A inspeção da unidade trouxe à tona antigos problemas do CTE, que há anos a direção dos Correios ignora. “A direção da ECT, aliada aos interesses do mercado privado quer vender a ideia que os Correios não funcionam por culpa do trabalhador. A verdade é que não existe investimento em infraestrutura e melhores condições de trabalho. Isso compromete a qualidade dos serviços prestados e a vida do trabalhador, que está exposto a essas condições precárias. É um projeto político neoliberal, sucatear o patrimônio público para privatizar, vender a preço de banana para o mercado privado”, explicou Ronaldo Martins, Presidente do SINTECT-RJ.
Após a inspeção, o sindicato em parceria com a profissional em Segurança do Trabalho, amparado pelo departamento jurídico do SINTECT-RJ, encaminhará um relatório dos problemas detectados ao Ministério Público do Trabalho. O objetivo, é que a empresa solucione imediatamente as questões apontadas, em respeito ao trabalhador e à população brasileira. O sindicato permanecerá fiscalizando e tomará as medidas necessárias, caso a ECT não apresente resposta e solução em relação as graves denúncias.
Marcela Canéro – Jornalista SINTECT-RJ