Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro

Siga nas redes:

A violência é resultado da cultura machista em nossa sociedade

Notícia publicada dia 08/03/2023 06:00

Tamanho Fonte:

Tudo aquilo que expressa um desprezo e rancor com a mulher faz parte da cultura machista. É ela que dissemina a violência que levou à morte 699 mulheres, somente no primeiro semestre de 2022. Ou seja, a cada dia 4 mulheres foram mortas em nosso país. O número é só mais um dado grave, fruto da herança maldita deixada pela misoginia promovida durante o governo Jair Bolsonaro e por sua ex-Ministra da Mulher e agora senadora do Distrito Federal, Damares Alves. Derrotar esse legado é o desafio do novo governo com o retorno do Ministério da Mulher que tem à frente a militante, Cida Gonçalves. 



A misoginia é a crença de que os homens são moralmente e intelectualmente muito melhores do que as mulheres. Ela se transformou em uma política promovida durante o governo de Bolsonaro de desqualificação do papel da mulher e redução dos programas de proteção à mulher e de combate a violência doméstica e de gênero. O que desencadeou uma onda de crescimento da discriminação sexual da mulher, que inevitamentel fez aumentar a violência contra elas e o feminicídio. É o que mostra os dados do relatório Visível e Invisível – A vitimização de mulheres no Brasil, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em Parceira com o Datafolha – Instituto de Pesquisa. 

Segundo o relatório, quase a metade da população de mulheres em nosso país afirma ter sofrido alguma forma de assédio em 2022, o maior índice já registrado. Ou seja, mais de 30 milhões de mulheres (46,7% da população) foram ou são importunadas em função da cultura machista. Isso cria um ambiente de medo permanente, uma vez que uma cantada por mais inofensiva que seja, desencadeia toda uma gama de gatilhos e memórias de violência que mantém as mulheres em um estado permanente de  medo e num estado de infinito alerta para se proteger. 

A misoginia promovida por Bolsonaro criou um estado de insegurança tão grande que fez reinar a impunidade, com isso, 45% das mulheres que sofreram algum tipo de violência nada fizeram. Não é muito difícil entender essa situação diante de um presidente e uma secretária nacional da mulher que a todo momento de maneira informal tentavam colocar o debate da violência numa discussão tacanha na pauta de costumes. 

Bolsonaro fez da misoginia de seus discursos, uma das expressões de sua verve autoritária que flertava com correntes fascistas e nazistas em todo planeta, que junto com o machismo, cultivou ainda o racismo e o ódio contra os trabalhadores, em especial contra as trabalhadoras. Por isso, durante todo o seu governo, Bolsonaro tentou acabar com a democracia que é o pilar garantidor dos direitos das mulheres, negros, população LGBTQIA+ e das trabalhadoras. 

Uma das consequência mais gritantes de acabar com a democracia, seria o fim das políticas de combate a violência contra a mulher, a luta contra o racismo e, principalmente, o fim dos direitos trabalhistas. Isso pode ser visto nos Correios, a cepa Bolsonarista e autoritária que dirigiu a empresa durante todos esses anos, só retirou direitos dos trabalhadores, em especial os das mulheres, que perderam praticamente todas as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho que as beneficiavam. Por isso, companheiras e companheiros, neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, nós do SINTECT-RJ, defendemos a retomada imediata dos direitos retirados das mulheres ecetistas como forma de mostrar o caráter democrático e de valorização das mulheres deste novo Governo. Desejamos toda felicidade à gestão de Aparecida Gonçalves à frente do desejado Ministério das Mulheres nesse novo governo Lula. 

Vamos juntas, defender nosso direito à vida e nosso direito à igualdade nas relações de trabalho. Em nome de toda diretoria do SINTECT-RJ desejamos a todas as mulheres, em especial as mulheres trabalhadoras dos Correios, um dia de muita alegria e de luta nesse 8 de março, Dia Internacional de Luta da Mulher. 

Compartilhe agora com seus amigos