Diretor do SINTECT-RJ revela situação dos Correios em Barra do Piraí e região
Notícia publicada dia 09/08/2018 16:09
Com o quadro pequeno de funcionários e sem previsão de concurso público. O histórico da grave situação interna dos Correios é velho conhecido e se arrasta por um longo tempo. Com essa estrutura prejudicada, a empresa é uma das campeãs de reclamação e insatisfação em todo o país, gerando, inclusive, prejuízos aos profissionais que dependem desse serviço.
De acordo com um levantamento oficial, publicado pelo site UOL, uma redução de quase 20 mil funcionários foi conduzida pelos Correios nos últimos cinco anos. O quadro caiu de 125,4 mil empregados em 2013 para os atuais 106 mil (um corte de 15,5%).
Segundo a companhia, a força de trabalho vem sendo adequada com investimento em automação da triagem e em inovações tecnológicas para melhorar os processos internos e aumentar a qualidade dos serviços prestados. Porém, o que se vê na prática, é um serviço que não atende a demanda da população.
Nossa equipe de reportagem conversou com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares, em nossa região Sul Fluminense, Esmeralci Silva (foto), que atribuiu o péssimo nível do serviço oferecido pela empresa em nossa região ao quadro muito baixo de funcionários. “Desde 2011, os Correios não abrem concurso público. Temos um déficit nacional de praticamente 20 mil funcionários. Além de não contratarem, ainda incentivam a demissão voluntária, focando principalmente nos funcionários com os melhores salários, devido ao longo tempo de casa. Não adianta demitir sem contratar, o serviço está sucateado”, afirmou.
Nas ruas de Barra do Piraí hoje, de acordo com o diretor, existe um déficit de aproximadamente 15 carteiros, para que o serviço de entrega de correspondências seja realizado com o mínimo de eficiência em todos os bairros. “O grande motivo do péssimo trabalho dos Correios é a falta de funcionários, com certeza. Hoje, temos uma carga pesada de trabalho, para poucos agentes. Humanamente, é impossível atender toda essa demanda”, esclareceu.
Essa falta de funcionários prejudica não só o serviço de entrega de cartas e encomendas, mas também as necessidades mais básicas da empresa. Internamente, os serviços de atendimento e, até mesmo, o de limpeza, são prejudicados pela falta de investimento público. “Há pelo menos quatro meses que os Correios não para contratam uma empresa de limpeza. Nesse tempo, a gente se vira como pode. Além disso, a falta de funcionários prejudica também o atendimento em nossas agências de trabalho. As enormes filas são o reflexo disso”, explicou.
Na última terça-feira (07), em assembleia, a Federação dos Trabalhadores dos Correios decidiu por manter o estado de greve em todo o país. A intenção da categoria é negociar melhor com a empresa, e para isso, foi marcado mais um encontro para a próxima terça-feira (14). “Infelizmente, não é confirmado, mas sabemos que existe ainda a possibilidade de um plano de demissão voluntária. Não há automação que resista a falta de material humano. Os carteiros de toda a região estão passando por situações constrangedoras e quem não está dentro da empresa não conhece a real situação. Muitas vezes, colocam a responsabilidade neles, quando na verdade não possuem culpa pela crise que vive os Correios. Essa situação é muito desagradável e eu me sinto na obrigação de esclarecê-la”, finalizou o diretor do SINTECT-RJ, Esmeralci Silva.
Crédito da foto: Felipe Castro
Fonte: Grupo RBP