Flexibilização precoce poderá levar ao aumento de casos e mortes por Covid-19 no Rio de Janeiro
Notícia publicada dia 11/06/2020 14:55
Apesar da rede pública de saúde estar próxima do colapso em todo o país e do aumento de casos e números de mortes diárias liderando mundialmente, estado do RJ e municípios começaram a relaxar o isolamento
Os empresários não usam transporte lotado para ir ao trabalho. Não ficam em aglomerados com inúmeras outras pessoas em seus locais de trabalho. Não atendem o público e não têm de andar pelas ruas. Se adoecerem, tem os melhores hospitais à disposição.
Mas foi a eles que os governos cederam ao adotar a flexibilização do isolamento social no momento em que deveriam reforça-lo. Do conforto de suas casas ricas, gabinetes e escritórios espaçosos, decidem pelo aumento do adoecimento e das mortes em nome da saúde dos negócios e da preservação da riqueza de poucos.
Recordes diários
No Brasil todo, o número de casos de contaminados e de mortos pelo novo coronavírus continua batendo recordes diários, mesmo com o governo escondendo os números reais, que já são fora da realidade porque não há testagem em massa da população.
Segundo estudo da Fiocruz, a flexibilização das normas de isolamento social no Rio de janeiro, irá ocasionar a propagação do novo coronavírus, consequentemente aumentando o número de infectados, mesmo que haja uma desaceleração.
No estado do RJ, os recordes são diários. No dia 10 de junho foram registradas 210 mortes em 24 horas e o total de óbitos já está em 7.138. O número de infectados chegou a 74.373 no estado e algumas regiões do país tiveram de retroceder da flexibilização após aumento das aglomerações e piora nos índices.
O município do Rio de Janeiro chegou a 38.960 casos confirmados no balanço desta quarta-feira. A segunda cidade que mais confirmou diagnósticos desde o início da pandemia foi Niterói, com 4.280 casos.
São Gonçalo (2.622) e Nova Iguaçu (2.408) são os outros municípios que ultrapassam 2 mil casos confirmados no estado. Duque de Caxias está próxima desse patamar, com 1.957 casos.
No interior, Macaé, Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda são as cidades com mais ocorrências da doença.
A Covid-19 continua sendo uma grande ameaça a todos os brasileiros, a curva de contágio ainda está em franco crescimento e o Brasil está em segundo lugar no hall dos países com mais óbitos causados pela doença no mundo.
São os trabalhadores estão morrendo
A baixa adesão ao isolamento por parte da população é uma realidade influenciada por medidas equivocadas do governo federal no controle da transmissão da doença – tendo o presidente Bolsonaro como exemplo no desrespeito e combate ao isolamento.
A hora é de ampliar o controle para poder voltar à normalidade o mais rápido possível, e não flexibilizar precocemente pensando apenas na economia, pois a piora nas estatísticas trará graves as consequências.
Mas os governos e empresários não estão preocupados com isso, pois os contaminados e mortos são, cada vez mais, os trabalhadores que enfrentam as conduções lotadas e aglomerações todos os dias no trabalho, nas ruas das periferias e favelas em que habitam e em sus próprias casas.
Por isso os governos federal, estaduais e municipais cedem a quem de fato representam e jogam a população à própria sorte, desarmada e sem apoio numa guerra de morte contra um inimigo invisível. Quem deveria garantir proteção, abandona o povo!