Pandemia mata mais entre trabalhadores que continuaram em presencial
Notícia publicada dia 08/04/2021 17:28
Os trabalhadores das categorias consideradas essenciais e que não puderam ficar em casa durante a pandemia são as principais vítimas do coronavírus, como revela levantamento feito a pedido do Portal El Pais pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data, com base em informações do Ministério da Economia.
O estúdio constatou “excesso de óbitos” entre frentistas, com um salto de 68% no número de mortes em comparação ao mesmo período no ano anterior, entre caixas de supermercados, condutores e cobradores de ônibus, vigilantes e outros com dados disponíveis na base de dados do Ministério.
Os trabalhadores dos Correios são uma das categorias que mais sofrem na pandemia com adoecimento e mortes, por estarem tão ou mais expostos que aquelas apontadas. Mas não constam do levantamento por não estarem discriminados nos dados do Ministério.
Aliás, em local nenhum, pois a direção da empresa sonega informação e esconde a realidade da mídia e dos próprios trabalhadores, embora a Federação e os Sindicatos já os tenham solicitado com insistência.
A direção militar da ECT pratica um negacionismo e uma falta de responsabilidade e de respeito com a vida dos trabalhadores que merecem forte repulsa. Para esconder a realidade, ela se nega até a reconhecer a contaminação por coronavírus no ambiente de trabalho, não fornecendo a CAT para os trabalhadores adoecidos, só cedendo quando imposto pela justiça, como tem acontecido a partir de processos abertos pelos Sindicatos.
Vacina e distanciamento
As esperanças de combate e freio à Covid 19 foram depositadas na vacinação. Por isso a FINDECT e o SINTECT-RJ estão na luta pela aprovação da vacinação prioritária para os trabalhadores considerados essenciais, com a categoria ecetista incluída. Veja sobre essa luta AQUI.
Mas os especialistas afirmam que a vacina é uma parte da solução do problema. Medidas como o distanciamento social mais severo, que poderia ter evitado o espalhamento da doença, são tão necessários quanto ela.
Um exemplo recente de funcionalidade e efetividade do distanciamento para conter a doença vem de Araraquara, que decretou lockdown de dez dias em fevereiro e viu cair números de novos casos, internações e mortes. No final de março, pela 1ª vez após dois meses, a cidade ficou dois dias sem registrar mortes por Covid-19.
Por isso, além da vacinação, a luta é por medidas fortes de distanciamento, orientadas pelos governos com campanhas de conscientização para a população, bem como a aprovação de auxílio financeiro em valor suficiente para que os mais pobres possam ficar em casa e os pequenos negócios possam sobreviver.
Veja o texto completo no portal El Pais clicando aqui.