14 dias sem folga e os generais dos Correios querem mais
Notícia publicada dia 12/08/2021 12:52
O trabalho sem folga é um crime cometido contra os trabalhadores do CDD Cidade Nova, que se repete em todas as unidades dos Correios. A decisão da direção da empresa de convocar os trabalhadores para o trabalho no domingo, sem qualquer tipo de folga, desrespeita as leis trabalhistas e a Constituição Federal.
O Sindicato já acionou a justiça para acabar com o absurdo, mas é preciso que os trabalhadores enviem para o departamento jurídico, uma cópia do cartão de ponto para anexar ao processo. O documento serve como prova material e agiliza a burocracia da justiça e pressiona o juiz pela decisão.
A denúncia feita por trabalhadores da unidade CDD Cidade Nova em reunião com o Sindicato, na tarde de quarta (10), na praça de Guerra em frente a unidade. Os trabalhadores convocaram o Sindicato para saber o que poderia ser feito diante do absurdo. Marcos Sant’aguida, presidente do SINTECT-RJ, presente na atividade, explicou para os trabalhadores que essa situação é resultado das ações ditatoriais de Bolsonaro, que repercutem negativamente no direito dos trabalhadores. “Sempre foi assim, quando a democracia fica enfraquecida, os trabalhadores é que pagam o pato,” protestou o presidente.
Marcos reforça que é ilegal a prática de obrigar os trabalhadores a trabalharem sem um dia de folga, afinal todos precisam de um dia de folga para repor as energias e manter a saúde. “Isso não é uma concessão da empresa. A folga é um direito de todo trabalhador, garantida pela lei não podemos aceitar esse tipo de imposição. O Sindicato vai fazer de tudo para garantir a folga dos trabalhadores. Infelizmente o diálogo com a empresa não existe mais, por conta do comando que despreza, a lei, o bom senso e o diálogo, que são as bases da democracia,” dispara o presidente do sindicato Marcos Sant’aguida.
O fim da democracia sobra para o trabalhador
Desde o início da era Bolsonaro, os trabalhadores dos Correios tiveram as maiores perdas de direitos desde o Governo Fernando Collor de Mello. Segundo o presidente, uma das grandes perdas que os trabalhadores tiveram foi o fim do diálogo entre a empresa e os trabalhadores. “As reuniões setoriais do Sindicato com os trabalhadores foram proibidas, as lideranças sindicais estão impedidas de adentrar nas unidades e estão pressionando os trabalhadores a não procurarem mais os seus direitos,” protesta o presidente.
Poeta, diretor do Sindicato, fez um chamado aos trabalhadores para se reunirem com o Sindicato, mesmo fora da empresa, como os companheiros do CDD Cidade Nova fizeram. “Pode ser na hora do almoço, depois do expediente, na resenha, no final de semana. O Sindicato está à disposição dos trabalhadores, não podemos deixar de dialogar sobre o que está acontecendo na empresa, ouvir os trabalhadores e construir as soluções para os problemas coletivamente”
Além do presidente do Sindicato, Marcos Sant’aquida, estiveram presentes na atividade os diretores do Sindicato, Poeta e Moacir da Rocha e representantes sindicais de base.